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Depois de ter sua convocação defendida durante meses, tanto no âmbito da CPI do Cachoeira quanto em discursos em Plenário, o empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Delta Construções, por fim compareceu à comissão parlamentar de inquérito mista que investiga as conexões de Carlinhos Cachoeira com agentes públicos e privados. Mas Cavendish teve uma participação relâmpago: munido de um habeas corpus preventivo obtido junto ao Supremo Tribunal Federal, o empresário – dono da maior detentora de contratos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), atuante em vários estados – evocou o direito de ficar calado.

Antes de ser dispensado pelo presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), Cavendish foi confrontado pelo líder do PSDB, senador Alvaro Dias (PR), que informou ter feito uma interpelação judicial acerca da declaração do empreiteiro segundo a qual “compra um senador por R$ 6 milhões”. Como, de acordo com Alvaro Dias, a Justiça do Rio de Janeiro alegou não ter conseguido localizar Cavendish, surgiu a oportunidade de perguntar diretamente ao dono da Delta os nomes dos políticos comprados.

– Só responderei esse assunto no momento oportuno – limitou-se a responder Cavendish, sendo imediatamente dispensado.

Cavendish é proprietário e foi presidente da Delta, apontada pela Polícia Federal como integrante do esquema do bicheiro Carlinhos Cachoeira, que, além de jogos ilegais, faria tráfico de influência, fraudes de licitações e desvio de dinheiro público. Segundo a PF, a Delta repassou dinheiro a várias empresas de fachada ligadas a Cachoeira.

Com o envolvimento no caso Cachoeira, a Delta, apesar da extensão de sua atuação em obras por todo o país, chegou a ser colocada à venda por apenas R$ 1,00. O negócio, no entanto, acabou não sendo efetivado, e Cavendish segue como o dono da empreiteira.

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