Celac reflete importância geopolítica da América Latina e do Caribe, diz presidenta Dilma
Os Chefes de Estado da América Latina e do Caribe criaram, nesta sexta-feira (2) durante a reunião em Caracas, na Venezuela, a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), que conta com a participação de 33 países. Na primeira sessão plenária da 3ª Cúpula de Caracas, a presidenta Dilma afirmou que a Celac é fato político e econômico de “grande envergadura”.
A integração regional reiterou que a comunidade é condição para que as economias da América Latina e do Caribe enfrentem os desafios impostos pela crise internacional, mantenham suas taxas de crescimento acima das registradas pelo resto do mundo e preservem seus ciclos atuais de desenvolvimento.
“A Celac é a expressão da capacidade que nós tivemos de olhar para nós mesmos e perceber a importância estratégica e geopolítica desta região. O Brasil tem hoje uma economia sólida, diversificada e competitiva, mas nós não queremos olhar só para dentro do Brasil ou para a Europa e os países desenvolvidos. É chegada a hora de construir a nossa prosperidade em conjunto com todos os países da região”, disse a presidenta.
A Celac nasceu da união da Cúpula da América Latina e do Caribe (Calc), voltada para a cooperação entre os países, com o Grupo do Rio, que teve forte atuação política desde os anos 1980. Segundo o Itamaraty, surge para contemplar a nova realidade internacional. Nesta, latino-americanos e caribenhos contribuem para resolver a crise que afeta com seriedade os países ricos. Além disso, a nova organização pode estimular a cooperação e fortalecer a integração regional.
Em sua defesa da integração regional, Dilma Rousseff argumentou que são reais os temores de uma recessão global. E, na contramão do que vive hoje a Zona do Euro, “onde velhos modelos foram colocados em xeque pela especulação financeira”, os países da América Latina e do Caribe devem, segundo a presidenta, perseguir a integração.
“Sabemos que a integração não é um processo de curto prazo ou um caminho de facilidades, mas é uma construção contínua e paciente, com respeito à pluralidade. Há que se respeitar a soberania e a independência das nações. Juntos seremos mais fortes. Juntos podemos crescer de forma solidária e mutuamente benéfica”, segundo a presidenta.
Aos 33 chefes de Estado presentes à Cúpula de Caracas, a presidenta Dilma ressaltou o caráter pacífico da região. “Nós também somos uma zona de paz, livre de armas de destruição em massa, que cultiva a via do entendimento e do consenso, e que não se deixa tentar por soluções impositivas de um país pelo outro. Aprendemos a lidar com nossas diferenças pelo caminho do diálogo.”
Em uma demonstração de que o Brasil acredita na atuação da nova Celac, Dilma Rousseff anunciou que a Universidade Federal Latino-americana (Unila) estenderá as matrículas a todos os latino-americanos e caribenhos. Em cinco anos, disse, a Unila poderá ter dez mil alunos e 500 professores de toda a região.
Fonte:
Blog do Planalto
05/12/2011 15:20
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