Cientistas pesquisam impactos do desflorestamento e mudanças climáticas na Amazônia



Cientistas de14 instituições europeias e sulamericanas, Brasil inclusive, iniciaram um programa de pesquisa, o Amazalert, para prever o que poderá acontecer com a Amazônia nas próximas décadas. Alguns relatórios sugerem que, sob contínuas mudanças climáticas e desflorestamento, as florestas da região poderão estar vulneráveis a alguma forma de degradação em suas águas, clima e sociedade.

O Amazalert tem como objetivo testar o quanto essas previsões são prováveis e, em caso positivo, antecipar onde, como e quando isso deve acontecer. A equipe de profissionais, liderada pelos pesquisadores Bart Kruijt, da Universidade de Wageningen, na Holanda; e Carlos Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe); irá estudar um sistema que detecte sinais de degradação de grandes dimensões na floresta, e que inclui um sistema de alerta caso uma situação de perda irreversível pareça provável. O Amazalert também vai avaliar os impactos e a efetividade de políticas públicas e medidas para prevenção da degradação da Amazônia.

O grupo de cientistas vai reunir informações disponíveis em trabalhos anteriores sobre o clima regional, sensibilidade das florestas e ciclo da água, desflorestamento, impactos sobre as leis e respostas aos impactos na Bacia Amazônica. Existe, por exemplo, uma riqueza de observações resultantes de programas como o Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA) e simulações de mudanças climáticas globais, conduzidas pelos relatórios do IPCC, que também serão exploradas em detalhes.

O Amazalert também pretende melhorar a compreensão do papel do fogo e como as pessoas, a agricultura e os governos irão responder às mudanças do clima e do meio ambiente. A equipe envolverá diretamente atores de instituições e governamentais para que suas perspectivas sejam incluídas na modelagem para auxiliar no desenvolvimento de modelo para Sistema de Alerta.

Dentro de três anos, o projeto deve fornecer um conjunto de ferramentas aprimoradas para avaliar e assessorar as tomadas de decisão na gestão futura da região amazônica, incluindo formas de monitorar o funcionamento da Amazônia para se evitar mudanças irreversíveis em seus serviços ambientais.

A reunião inaugural do projeto acontece entre os dias 3 e 5 de outubro, na sede do Inpe em São José dos Campos (SP). O trabalho foi orçado em 4,7 milhões de euros financiados em conjunto pelo “European 7th Framework Programme” e organizações nacionais.


Fonte: Inpe



26/09/2011 16:10


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