Circo, teatro, música, dança e artes plásticas: vem aí a Virada Cultural
A cidade já está preparada para a quarta edição do evento, um dos mais conhecidos e reconhecidos no Brasil
No próximo sábado, 26, não saia de casa sem consultar a programação da Virada Cultural. Pode ser que haja um evento pertinho de você, já que serão 24 horas ininterruptas de entretenimentos, nos mais variados espaços culturais da cidade. Pode ser, ainda, que você cruze, numa das avenidas, com um poeta a declamar versos, um grupo de roda de samba, capoeira, outro na encenação de peças ou, simplesmente, dê de cara com uma estátua viva. Não estranhe, faz parte da Virada. Iniciativa da prefeitura de São Paulo em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura, a Virada Cultural 2008, a exemplo dos anos anteriores, promete movimentar a capital, invadir ruas, ocupar teatros e museus, com espetáculos de dança, música, teatro e artes plásticas. Tudo isso a partir das 18 horas de sábado (26) madrugada adentro, e encerramento no domingo (27) no mesmo horário.
Durante o lançamento da programação, no início do mês, o secretário de Estado da Cultura, João Sayad, lembrou que o evento visa o mesmo objetivo de outro programa da prefeitura, o Cidade Limpa: a recuperação do centro de São Paulo. Sayad aposta na “reurbanização humana do centro” – ou seja, no reencontro das pessoas, no passeio e no convívio em locais de fundamental importância para a cidade, onde se concentra a maior parte da programação. Sayad anunciou que nos dias 17 e 18 de maio a Secretaria da Cultura levará a Virada Cultural Paulista para 20 cidades do interior do Estado.
Na maratona cultural do final deste mês haverá atrações para todas as idades e gostos nos teatros Sérgio Cardoso, São Pedro, Pinacoteca do Estado, Teatro da Dança, museus da Casa Brasileira e da Língua Portuguesa, além do Memorial da América Latina, Casa das Rosas e Centro Cultural e de Estudos Superiores Authos Pagano.
MARATONA CULTURAL
O Teatro Sérgio Cardoso preparou extensa lista de atividades que inclui jazz na abertura, Cordas & Cia, no Bar do Teatro, além de espetáculo de dança contemporânea pelo Balé Stagium e da peça de teatro Cada Um a Seu Modo, de autoria de Luigi Pirandello. O São Paulo Arte Trio vai se apresentar às 22 horas, na Sala Sérgio Cardoso, com obras de Oswaldo Lacerda, Vilani Côrtes e outros compositores, enquanto Vânia Bastos (voz e piano) encerra a noite com canções de Tom Jobim. No dia seguinte, no período da manhã, será a vez da criançada curtir os fantoches e as marionetes num infantil promovido pelo Circus – A Nova Tournée. Na seqüência, música erudita, sob o comando de Os Parceiros e, na continuação mais espetáculo para o público infantil – O Cavalinho Azul, de Maria Clara Machado, sobre um menino que acredita que seu pangaré azul dança e voa. A História da Música Brasileira – com destaque para Sinhô, Pixinguinha, Cartola e Tom Jobim – fecha com chave de ouro a maratona.
A Pinacoteca do Estado participa dos acontecimentos culturais com atrações que vão desde feira de livros (em funcionamento no sábado o dia inteiro, com descontos especiais) até apresentação do Grupo Teatral Brava Companhia, com o espetáculo A Brava, além de grupos de mímicos que se fazem de “sombra”, imitando o movimento das pessoas. Três estátuas vivas brincarão com os visitantes na entrada do museu, escadaria e bilheteria. Para quem aprecia choro e maxixe, vale conferir o show de uma hora de duração, que conta brevemente a história desses gêneros musicais. Quem curte um passeio diferente, de noitinha, não pode perder a visita às esculturas no Parque da Luz, guiadas por educadores do museu, utilizando lanternas. Grupos sairão às 19, 21 e 23 horas. Já o artista plástico Guilherme Teixeira aposta na instalação Unidade Epífita, estrutura fixada a 4 metros do chão, numa árvore, de onde o artista fará experiências com fotos e desenhos. Na manhã de domingo, às 10 horas, Teixeira descerá de sua “unidade”, e com a estrutura no chão convidará o público a conhecê-la. O material desenvolvido durante a noite será compartilhado com os visitantes numa breve conversa com o artista. No encerramento, haverá apresentação do Coral da Osesp e do Coral Jovem do Estado, sob a regência de Naomi Munakata, com execução de peças do folclore japonês (Canção dos Pescadores), de Dorival Caymmi (Suíte dos Pescadores), Anton Bruckner (Ave Maria), entre outras.
No Museu da Casa Brasileira, o enfoque serão as exposições Patrimônio e Paisagem, Coleção Museu da Casa Brasileira, Os Segredos dos Códigos de Leonardo Da Vinci e Flores e Aves na Paisagem – acompanhadas de monitores, sem necessidade de agendamento. Diferentes e interessantes serão as visitas gratuitas às obras paulistanas de Oscar Niemeyer, em ônibus que partirão do museu. Estão no roteiro o Edifício Montreal (1950), o Edifício Copan (1951), Edifício Califórnia (1951), Edifício Eiffel (1953), Edifício Triângulo (1955) e Parque do Ibirapuera (1951-53/2002). Não é só isso. Tem muito mais! O Baile com a Banda Glória promete esquentar corações. Ou, se preferir, um jantar no restaurante Quinta do Museu, que capricha na moqueca capixaba e no barreado, excepcionalmente aberto durante a Virada. O restaurante será aberto para almoço no museu.
A Casa das Rosas, na Avenida Paulista, terá um pouco de tudo. A Cia. Caracaxá percorrerá a avenida para inaugurar a Virada Paulista 2008, no sábado, no meio da tarde. Seguem os Desconcertos na Paulista, entrevista pública com a romancista Maria José Silveira, Como Compor Uma Canção de Sucesso, seguidos da Rascunhos Poéticos (recital de poesias), Tom Zé e banda. Música Popular Brasileira, Arranjos Eruditos, Tranqueira Líricas e sarau compõem a programação de domingo. Para arrematar, café da manhã, com pães, bolos, sucos e café serão oferecidos ao público às 6 horas.
Impossível não se apaixonar por trechos dos balés clássicos que farão parte da programação do Teatro de Dança. Dezessete espetáculos, entre eles, Intermezzo, de J.S. Bach, O Lago dos Cisnes e A Bela Adormecida, de Peter Tchaikowski, constam da exibição, todos com entrada franca. Destaque para a aula baile, no domingo, intercalada com apresentações de ritmos variados de dança de salão como bolero, milonga, forró e samba de gafieira. Termina num grande e animado baile.
O Theatro São Pedro preparou menu musical bem variado: música clássica, pop rock, blues, MPB, jazz e blues. No sábado, o destaque fica por conta dos grupos ClarinEtc e Madeira de Vento, com formação em clarinete.
O clarinete (ou clarineta) é um dos instrumentos mais ligados à música brasileira. Desde a colonização, ganhou a preferência da população, passando a ter lugar destacado nas bandas de música interioranas e nas pequenas formações populares. No Brasil, o clarinete é ouvido em valsas, maxixe, polcas, quadrilhas, sambas, choros, frevos e gêneros regionais. Na música erudita, foi utilizado por diversos compositores brasileiros.
O ClarinEtc é um quarteto formado por quatro solistas integrantes da Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal de São Paulo: Eduardo Pecci, o Lambari (clarinete/sax); Otinilo Pacheco (clarinete/clarone); Domingos Iunes Elias (clarinete/requinta) e Luís Afonso, o Montanha (clarinete/clarone).
O Madeira de Vento nasceu em 1998. É um grupo de câmara de repertório eclético, com destaque em música brasileira.
A Banda Blue Jeans finalizará a Virada Cultural no Theatro São Pedro, dia 27, às 17 horas, em ritmo de blues e jazz.
O Museu da Língua Portuguesa participa com programação dedicada ao Centenário da Imigração Japon esa. As atrações começam às 10 horas de sábado. Nesse dia, os visitantes poderão apreciar, no Espaço Café, o Festival de Sushi do Bar e Restaurante Yen Japanese Food. Às 19 horas, no palco montado na calçada, próximo ao Portão 1 (portão de acesso ao Museu), o grupo de Taiko Shinkyodaiko apresentará o espetáculo dos tambores japoneses – o taiko (tambor).
Fechando a programação de sábado, o grupo de teatro Kagura apresentará, no mesmo palco, ritual de reverência a Gohei (deus representado no teatro por uma imagem feita de papel branco). No espetáculo, músicos e atores usam máscaras, cabeças e corpos de serpentes confeccionadas em washi – papel japonês produzido com fibra vegetal.
O Memorial da América Latina preparou para aqueles que adoram um passeio diferenciado, uma visita à exposição Descobrindo Guayasamín com monitoria bilíngüe, no sábado. Além da mostra, outro destaque será o concerto Américas e Áfricas, com os convidados especiais Willy Verdaguer (pop e folk latino-americano) e o grupo da dançarina, cantora e coreógrafa Fanta Konatê (danças africanas), às 21 horas.
Para encerrar a Virada Cultural, no dia 27, às 18 horas, nada melhor do que um show de tango, com a orquestra De Puro Guapos. Trata-se de um octeto formado por seis músicos brasileiros e dois argentinos. Apresenta repertório instrumental de tangos e milongas tradicionais (de 1910 a 1960), e músicas de Astor Piazzolla.
Maria das Graças Leocadio e Maria Lúcia Zanelli
Da Agência Imprensa Oficial
04/23/2008
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