CMA discutirá fontes de energia brasileiras



A Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) aprovou, nesta quarta-feira (7), requerimentos para a realização de debates a respeito das fontes energéticas brasileiras. Entre eles, estão os apresentados pelo senador Renato Casagrande (PSB-ES) que convidam os ministros de Minas e Energia, Silas Rondeau, e da Ciência e Tecnologia, Sérgio Machado Rezende, para discutir projetos de implantação de energia nuclear como parte da matriz energética do país.

Casagrande informou que o governo brasileiro possui programações na área de energia nuclear para, aproximadamente, até 2030. O senador disse esperar que os ministros discutam o tema na comissão, incluindo a abordagem ambiental. Os outros parlamentares presentes à reunião durante a discussão do tema também manifestaram preocupação com o meio ambiente na utilização das diversas formas de energia.

O senador Sibá Machado (PT-AC) disse que o Brasil deve realizar grandes investimentos para conhecer bem a tecnologia nuclear e, assim, saber dos efeitos nocivos ao homem e ao meio ambiente causados por tal tipo de energia. Sibá lembrou ainda que o Brasil possui variadas fontes de energia limpa e, na sua opinião, é necessário haver melhor utilização desses recursos para que haja desenvolvimento econômico com preservação ambiental.

Na opinião do senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), o Brasil poderá tornar-se um grande produtor de energia a partir do álcool etanol, tal como ocorre com a Arábia Saudita em relação ao petróleo. O senador pela Amazônia, no entanto, advertiu sobre a necessidade de se realizar desenvolvimento econômico sem danificar a natureza, especialmente a Amazônia.

- Está na hora de casarmos a perspectiva do crescimento econômico com a preservação da galinha dos ovos de ouro - disse Arthur Virgílio.

Energia alternativa

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Luís Carlos Guedes Pinto, e o do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, também deverão comparecer à CMA para tratar de questões relacionadas à produção e à exportação do álcool etanol, conforme requerimento do senador Sibá Machado aprovado pela CMA. O requerimento ainda inclui para debater o assunto o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Manoel dos Santos, e o presidente do Conselho Superior do Agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e coordenador da Comissão Interamericana do Etanol, Roberto Rodrigues.

Já o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) apresentou requerimento, também aprovado pela CMA, para a realização de audiência pública, em forma de seminário, com o objetivo de discutir as fontes alternativas de energia. O senador sugeriu que participem do debate representantes dos Ministérios de Minas e Energia e de Ciência e Tecnologia, bem como da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e da Associação Brasileira de Energia Eólica.

Na opinião de Inácio Arruda, o Brasil tem um "imenso potencial" para produção de combustíveis alternativos, os quais, lembrou, não causam os efeitos danosos da utilização de combustíveis fósseis, como o aquecimento global. O senador disse que o investimento em fontes alternativas de energia pode contribuir para que o país seja auto-suficiente em energia, para o quê, em sua opinião, seria necessário que "travas fossem retiradas".

- Quais as travas, por exemplo, para a produção de energia eólica, que, se retiradas, podem fazer com que estados importadores de energia se tornem estados exportadores? Onde estão as travas que impedem que essa energia limpa se desenvolva com maior rapidez? O maior problema para o crescimento do Brasil passa pelo setor energético e o Brasil tem energia limpa;basta tirar as travas - argumentou.

O senador Fernando Collor (PTB-AL) ressaltou que o Brasil deve cobrar dos países desenvolvidos - para ele, os maiores causadores do efeito estufa - postura mais responsável em relação ao meio ambiente do planeta. No entanto, lembrou que o Brasil também deve estar atento às obrigações assumidas e ter consciência de que está contribuindo para evitar a degradação do planeta.

07/03/2007

Agência Senado


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