CNDL registra quarta alta consecutiva da inadimplência em maio
O comércio registrou alta de 8,21% na inadimplência do consumidor em maio, em comparação ao mesmo mês de 2010. Esta é a quarta elevação consecutiva sobre os resultados de 2010. Os dados foram divulgados pela Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) nesta quinta-feira (9).
Para o presidente da entidade, Roque Pellizzaro Junior, o número é "significativamente preocupante", já que, no acumulado dos últimos cinco meses, a alta é de 3,61%. Ele lembrou que o indicador iniciou o ano em baixa de 10%, mas vem crescendo "em razão, sobretudo do ciclo de aperto monetário decorrente do aumento da taxa de juros básicos, a Selic, e das medidas de contenção de crédito adotadas no final do ano passado pelo Banco Central".
Já o cancelamento de registros no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), que reflete o pagamento de dívidas do consumidor, cresceu 9,67% a maio na comparação com abril de 2011. Segundo Pellizzaro, isso é normal para o mês, ante a expectativa do consumidor de fazer compras para o Dia das Mães e o Dia dos Namorados.
O dirigente afirmou que a CNDL pretende conscientizar o comércio para adotar critérios mais rígidos na hora de conceder crédito, uma vez que "o consumidor não tem noção exata da diferença, por exemplo, entre os juros do cartão de crédito". Segundo ele, o parcelamento do cartão tem juros entre 4,5% e 5%, mas os do crédito rotativo podem chegar a 13%. “O consumidor brasileiro gosta de pagar, quando tem condições para isso, mas é preciso reduzir a velocidade do crédito, pois a inadimplência é ruim para ele, para a economia e para o País, porque tende a criar uma bolha indesejável.”
Pellizzaro lembrou ainda que, no Brasil, o prazo de vencimento do cartão de crédito é longo, diferentemente do que ocorre em outros países. Para ele, a decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) de aumentar de 10% para 15% o percentual da parcela mínima mensal para pagamento do cartão é "uma medida modesta". O ideal, defende Pellizzaro, é que seja de 30% a 35%, para reduzir a possibilidade de endividamento do consumidor.
Fonte:
Agência Brasil
09/06/2011 18:25
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