CNI: indústria inicia 2º semestre com maior alta de vendas do ano



Depois de um segundo trimestre de queda no ritmo de expansão, a atividade industrial retoma o fôlego e volta a crescer no início do terceiro trimestre. Em julho último, o faturamento teve elevação de 3,6%, as horas trabalhadas na produção aumentaram 1,6% e o emprego, 0,5%, na comparação com junho. Os dados sem influências sazonais são dos Indicadores Industriais, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgados nesta quinta-feira (9).



De acordo com a pesquisa, entre as variáveis pesquisadas, o faturamento é a que teve maior elevação frente ao período pré-crise: 4,2% em julho sobre setembro de 2008. O indicador de emprego, que cresce de forma intensa e continuada há três meses, ficou 0,8% acima do nível pré-crise. Já as horas trabalhadas, mesmo com o crescimento de junho para julho, ainda está 2,2% inferior a setembro de 2008.



Mesmo com a retomada do crescimento da produção, a utilização da capacidade instalada caiu pelo terceiro mês consecutivo. O indicador teve queda de 0,2 ponto percentual em julho comparativamente a junho e a indústria operou, em média, com 82,3% de sua capacidade.



O economista da CNI, Marcelo de Ávila, explica que tal declínio se deve aos investimentos no parque industrial feitos logo após a acentuada expansão da produção no primeiro trimestre. “A indústria volta a crescer, mas dentro do seu potencial, não resultando em possíveis pressões ou descompasso de oferta e demanda”, destaca ele.



O crescimento do emprego impulsionou os salários da indústria, que registraram 3,6% de aumento em julho ante junho. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a massa salarial se expandiu 8% em julho. A estabilidade dos preços gerou ganhos no rendimento médio real do trabalhador industrial, que cresceu 3,1% em julho na comparação com junho.



Os setores que se destacaram pelo maior ritmo de crescimento em julho foram o de veículos automotores, material eletrônico e de comunicação, máquinas e materiais elétricos, máquinas e equipamentos, produtos de metal e química, outros equipamentos de transporte e minerais não-metálicos. Na análise setorial, o emprego é a variável que mostra maior aceleração no ritmo de crescimento. Registrou crescimento em 14 dos 19 setores analisados na pesquisa.



A previsão da CNI é de que todos os indicadores da atividade industrial ultrapassem os níveis pré-crise ainda neste trimestre. “Se a produção voltar a crescer um pouco acima dos 0,4% que cresceu em julho, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o País deve superar o índices de setembro de 2008 nos próximos dois meses”, prevê o economista da CNI.

 


Fonte:
Confederação Nacional da Indústria (CNI)

 

 



09/09/2010 19:50


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