Comissão de Fiscalização analisa proposta orçamentária para 2002



Estudo aponta que dívida do Estado pode chegar a R$ 4 bilhões até 2002 O prejuízo causado pela atual administração até o final deste governo será de aproximadamente R$ 4 bilhões. A estimativa foi divulgada hoje (10.10)na reunião da Comissão de Fiscalização e Controle, presidida pelo deputado Berfran Rosado (PPS). Na ocasião, foi apreciada a proposta orçamentária do governo para o próximo ano. O valor da dívida foi apresentado pelo professor Darcy Francisco Carvalho dos Santos, da bancada do PPS. Segundo ele, o montante resulta de crescimento no passivo financeiro do Estado, baseado em receitas superestimadas, despesas subestimadas, precatórios judiciais não empenhados, transferências ao IPE para complementações orçamentárias e, finalmente, a necessidade de cobrir os saques no Caixa Único, que já superam R$ 1,2 bilhão. Santos advertiu que R$ 4 bilhões é um número conservador. Ele revelou ainda que esse passivo em 1999 era de R$ 700 milhões. O deputado Cézar Busatto especificou que a equipe econômica do governador Olívio Dutra superestimou em R$ 617 milhões o orçamento para 2002 . Ao mesmo tempo, subestimou as despesas em R$ 431 milhões. Busatto alertou que a proposta também é inconstitucional, pois contraria a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Busatto recomendou ao relator do orçamento, deputado Adroaldo Loureiro (PDT), devolver a proposta ao Palácio Piratini, para que seja refeita. O líder do PT na Assembléia, Elvino Bohn Gass, afirmou que o governo não tem condições de alterar a proposta. O presidente da CFC, deputado Berfran Rosado, qualificou a proposta orçamentária de 2002 como uma piada de mau gosto. “O PT não cumpre a execução orçamentária. Trai a população que participa das assembléias do Fórum Democrático e do Orçamento Participativo”, revelou. Berfran destacou ainda que o governo atual agrava a situação ao tentar mascarar o déficit, criado pelo custo PT. “Para atenuar os efeitos da incompetência administrativa, o PT diminui os investimentos em segurança pública, saúde e infra-estrutura. Além da dívida prevista de até R$ 4 bilhões, o próximo governo herdará um Estado sucateado”, alertou.

10/10/2001


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