Comissão discute atitudes crise na América Latina



Mesmo com a desistência do senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) no sentido de que a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) vote na reunião desta quinta-feira um voto de censura e repúdio ao governo da Venezuela, por não ter renovado a concessão de funcionamento da Radio Caracas Televisión (RCTV), os senadores prosseguem discutindo qual deve ser a posição do Brasil em relação às atitudes do governo venezuelano. Na reunião, ainda, foi discutida a crise entre Equador, Colômbia e Venezuela, causada pela entrada de militares colombianos na selva equatoriana em busca de guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

O senador Flexa Ribeiro criticou medidas tomadas pelo governo venezuelano que, na opinião do senador, "agridem a democracia, a livre imprensa, a dignidade humana e os princípios humanitários". O senador lamentou ainda que o governo brasileiro não tenha tomado nenhuma atitude quando os interesses brasileiros foram contrariados por atitudes do governo venezuelano ou de vizinhos, como a Bolívia, insuflados pela Venezuela, disse.

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) sugeriu que os parlamentares aguardem mais alguns dias antes de tomarem qualquer atitude em relação à Venezuela e defendeu que "não se provoque" o governo venezuelano com um voto de repúdio. Para Suplicy, o Brasil deve buscar "amainar relações e buscar melhor entendimento entre os países".

O senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) acredita que ainda não está claro por que motivo o presidente do Equador, Rafael Correa, "se incomoda tanto de um governo legítimo, o da Colômbia, entrar em seu território, mas não se incomoda que haja forças ilegítimas acampadas em suas selvas", disse, referindo-se às Farc.

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) também defendeu uma solução pacífica. O senador Fernando Collor (PTB-AL) acredita que há sinais de problemas em diversos países vizinhos do Brasil, entre eles Colômbia, Venezuela e Bolívia. Collor sugeriu que o governo brasileiro seja firme ao mostrar que o uso de armas não convém à América Latina.



06/03/2008

Agência Senado


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