Comissão mista poderá visitar Haiti arrasado pelo terremoto



O senador Magno Malta (PR-ES) propôs nesta quarta-feira (7) a criação de uma comissão mista, formada por senadores e deputados, para visitar o Haiti. O objetivo é examinar pessoalmente os problemas enfrentados pelo país, arrasado por um terremoto que vitimou milhares de pessoas em janeiro último. Para ele, a visita poderia abrir caminho para o Brasil ajudar a população haitiana, especialmente crianças que ficaram órfãs.

A sugestão de Magno Malta foi feita durante audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) para discutir medidas para facilitar a adoção, por famílias brasileiras, de crianças órfãs haitianas. A sugestão foi aceita por senadores e deputados presentes.

O embaixador do Haiti no Brasil, Idalbert Pierre-Jean, que tomou parte da reunião, entende que a adoção de crianças órfãs haitianas em massa "deve ser evitada" e que o melhor caminho seria a permanência dos menores no país, com os seus familiares.

Para o embaixador, retirar uma criança de seu meio social, já traumatizada pelo terremoto e pela perda dos pais, poderia causar novos problemas para ela, incluindo aí dificuldades de adaptação ao novo país, à culinária e à cultura, além da perda de amizades, entre outros. Mas defendeu a chamada adoção à distância de crianças haitianas por estrangeiros.

A vereadora Ana Paula Rossi (PMDB), da cidade paulista de Osasco, concordou com o embaixador e disse que antes da adoção de um menor por qualquer família estrangeira, é necessário esgotar todas as possibilidades para que ele permaneça no país de origem, a exemplo das crianças órfãs do Haiti.

Menos burocracia

A senadora Patrícia Saboya (PDT-CE) aproveitou a reunião para pedir ao governo federal que faça uma campanha destinada a informar aos brasileiros que o país possui uma nova Lei de Adoção, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no ano passado. A seu ver, mais informação poderia abrir caminho para que as famílias adotassem maior número de crianças.

Apesar de apoiar medidas para facilitar a adoção de crianças do Haiti por brasileiros, a senadora Rosalba Ciarlini (DEM-RN) defendeu que o país tenha uma legislação célere e menos burocrática destinada a facilitar a adoção de crianças brasileiras por brasileiros.

O presidente da CDH, senador Cristovam Buarque (PDT-DF), voltou a defender a criação da Secretaria da Criança, que funcionaria junto à Presidência da República, que, observou, também cuidaria da questão da adoção.

07/04/2010

Agência Senado


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