Condições de produção do etanol favorecem o Brasil, diz Valadares
Valadares lembrou que o Brasil produz etanol a partir da cana-de-açúcar, o que o torna mais barato e de melhor qualidade, e consegue exportar 3 bilhões de galões dos 17 bilhões que produz, pela metade do custo do norte-americano. Os Estados Unidos, por sua vez, observou o senador, destilam etanol a partir do milho, mais caro e de pior qualidade, e todo o seu álcool é absorvido pelo mercado interno, não sobrando para exportar.
- E a demanda de etanol nos Estados Unidos cresce e tende a crescer muito mais - disse, lembrando que não têm como expandir sua fronteira agrícola e não podem contar com as condições climáticas do Brasil para a produção de cana-de-açúcar.
Valadares ressaltou que os Estados Unidos e o Brasil são os maiores produtores mundiais do etanol, sendo responsáveis por 80% da oferta do produto. Ele lembrou que o barril de petróleo vem sendo vendido a US$ 60, o que serviria para configurar um declínio na utilização do mineral como fonte energética, enquanto o etanol emerge como uma das grandes opções de energia limpa, com a vantagem adicional de duas safras anuais de cana-de-açúcar.
O senador frisou que o Brasil precisa adotar uma estratégia de governo ao avaliar a produção de etanol em parceira com outros países, como forma de evitar que o país viva um "novo ciclo da cana em pleno século 21".
- É preciso que se tenha bem claro: somos líderes no assunto tecnologia de biocombustível. É preciso entender a coisa desta forma e não deixar que nossa vantagem competitiva seja perdida por qualquer vacilo político. As vantagens geopolíticas, de clima e inclusive tecnológicas, estão de nosso lado. A possibilidade de uma verdadeira revolução nacional através do combustível verde está dada. Cabe ao governo Lula não desperdiçar a oportunidade - afirmou.
Em seu discurso, Valadares salientou que o lobby dos industriais do etanol a partir do milho, além de receber subsídios agrícolas do governo norte-americano, é contra a redução das tarifas alfandegárias sobre a compra do etanol brasileiro. E lembrou que algumas multinacionais "já ensaiam movimentos" no sentido de adquirir canaviais e usinas no Brasil.
17/04/2007
Agência Senado
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