Conheça o Programa Água Limpa, que reúne saneamento, saúde e preservação ambiental
Obras beneficiam municípios com até 50 mil habitantes não operados pela Sabesp
Com o objetivo de ser o primeiro Estado a universalizar o saneamento básico no Brasil, São Paulo criou, em 2005, o Água Limpa. O programa do Governo paulista para o tratamento do esgoto é voltado aos municípios com até 50 mil habitantes não atendidos pela Sabesp e que despejam seus efluentes "in natura" nos córregos e rios locais.
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A partir de uma ação conjunta da Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos - por meio do Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica) - e da Secretaria da Saúde, o Água Limpa constrói estações de tratamento de esgotos (ETEs) e implanta emissários e estações elevatórias. O programa é responsável pela contratação das obras, acompanhamento técnico, desenvolvimento de projetos e providencia licenças ambientais.
Saúde e Meio Ambiente
As ETEs têm um importante papel como agentes de prevenção da saúde, dificultando a disseminação de doenças por veiculação hídrica e diminuindo os números de mortalidade infantil e internações.
A coleta e tratamento do esgoto ajudam a revitalizar córregos, rios, bacias hidrográficas, além de proteger o solo da contaminação, evitar o entupimento de fossas e contribuir com a preservação da vida aquática e do meio ambiente em geral.
A meta do programa Água Limpa até 2015 é investir R$ 396 milhões no tratamento de 6,3 mil toneladas de carga orgânica por mês, beneficiando cerca de 3,1 milhões de pessoas.
Como funciona o sistema
O sistema de tratamento adotado pelo Programa Água Limpa é composto por três lagoas de estabilização: anaeróbia, facultativa e maturação. Constituem três fases, em que o esgoto urbano é depurado pela ação de bactérias e algas, obtendo uma redução de até 95% de sua carga poluidora, medida em DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio).
Trata-se de um processo natural que não exige equipamentos sofisticados nem adição de produtos químicos, sendo, portanto, de fácil operação e manutenção. Estas características tornam o processo ideal para comunidades de pequeno e médio porte que disponham de terrenos de baixo custo, pois a ETE ocupa áreas relativamente grandes.
Na primeira, o esgoto bruto (99% de água e 1% de resíduos sólidos) fica em contato com bactérias anaeróbias (que não necessitam de oxigênio para viver). Em apenas cinco dias, as bactérias reduzem em 50% a carga poluidora. Esta etapa gera gás metano, que exala mau cheiro, e cria uma crosta na superfície que ajuda a manter as condições anaeróbias no meio líquido.
Na segunda lagoa ocorre o tratamento biológico, em que a decomposição da matéria orgânica é realizada por bactérias anaeróbias no fundo da lagoa, bactérias aeróbias (que necessitam oxigênio) na superfície e bactérias chamadas facultativas, que se adaptam a ambas as condições. Em cerca de 20 dias, as bactérias removem mais de 85% da carga poluidora.
Os coliformes fecais e outros agentes que provocam doenças são eliminados na terceira lagoa (de maturação), onde o esgoto já praticamente tratado passa por um processo de purificação. As bactérias são eliminadas pela ação de algas. A água tratada é então lançada nos córregos e ribeirões, com padrão adequado para sustentabilidade da flora e da fauna aquáticas.
Do Portal do Governo do Estado
12/03/2013
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