Consumidor: Fundação Procon constata balanço anual da cesta básica



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A Fundação Procon-SP, órgão da Secretaria da Justiça do Governo do Estado de São Paulo, constatou que em 2000 a cesta básica Procon/Dieese apresentou alta de 1,75%. O preço médio que em 30/12/1999 era R$ 139,00, passou para R$ 141,43 em 29/12/2000. Por grupos foram constatadas as seguintes variações: Alimentação, 1,27%, Limpeza, 3,91% e Hig. Pessoal, 3,27%. Trata-se de pesquisa feita diariamente desde 1990 abrangendo 68 itens pesquisados em 70 supermercados da cidade de São Paulo. No ano 2000, a cesta apresentou estabilidade, praticamente durante todo o período. Com exceção do início do ano, quando seus preços declinaram de R$ 139,00 (30/12/1999) para R$ 131,61 (09/02/2000) e do meio do ano, quando passaram de R$ 131,95 (14/07) para R$ 138,76 (10/08) as variações diárias, na maior parte não foram significativas e as alterações mais expressivas compensaram-se em curtos espaços de tempo. Garantiram a fase de quedas (seguida de estabilidade durante o primeiro semestre), os produtos semi-elaborados, como o feijão carioquinha, o frango resfriado, as carnes bovinas e os industrializados, arroz tipo 2, margarina, óleo de soja, salsicha, lingüiça e queijo muzzarela. No segundo semestre, com a entressafra no setor agropecuário, os semi-elaborados inverteram a tendência e pressionaram as altas do grupo alimentação. Os preços dos industrializados começaram a dar pequenos sinais de recuperação, porém, de forma mais lenta, não só em função da maior extensão da cadeia produtiva, como também em razão da grande concorrência entre fornecedores que buscavam manter sua participação no mercado. A queda nas vendas na rede varejista, somada ao crescimento da oferta de vários segmentos das indústrias de alimentos e de produtos de limpeza, garantiram capacidade de barganha ao setor supermercadista. Esse setor procurou obter preços baixos em suas negociações, visando adequar-se a uma grande população de consumidores, que faz do preço o fator determinante na hora da compra. Além desse panorama, a expectativa de uma boa safra de grãos para o ano agrícola 2000/2001 contribuiu para a estabilidade verificada no último trimestre do ano, período em que tradicionalmente a cesta registra alta nos preços. Os produtos que apresentaram as maiores altas no ano foram: batata, 93,94%, cebola, 62,75% e açúcar, 37,72%, e os destaque de quedas foram: café, 19,43%, queijo muzzarela, 17,31%, feijão carioquinha, 15,45% e óleo de soja, 15,32%. A batata, que em 30/6/94, início do Plano Real, era vendida a R$ 0,53 (Kg), atingiu em 29/12/2000 o preço de R$ 1,28, o mais alto do Plano Real, acumulando alta de 142% no período. Durante esses seis anos os preços da batata dificilmente superaram a marca de R$ 1,00, fato ocorrido quase sempre nos primeiros meses do ano, época de alta nos preços do tubérculo. Neste ano contudo, após amargar preços desestimulantes no primeiro semestre, os produtores reduziram o plantio levando a oferta a registrar níveis históricamente baixos no segundo semestre e, por conseguinte, preços elevados a partir de setembro. O atraso da safra das águas agravou ainda mais a escassez na oferta do tubérculo. O açúcar refinado, que no início do Plano Real era vendido a R$ R$ 3,82 (pac.5 Kg), atingiu em 2/10/2000 o recorde de alta destes seis anos, com o preço de R$ 4,08. As altas cotações do açúcar tiveram início no segundo semestre de 1999, por conta do aumento da demanda mundial frente a uma queda na oferta em vários países produtores, devida em grande parte a advesidades climáticas. Neste ano, os canaviais brasileiros sofreram quebra de 25% em função da estiagem que assolou a agricultura no primeiro semestre e das geadas de julho. Agravando o desequilíbrio da oferta com relação à demanda, novos países entraram no mercado de açúcar, gerando um déficit nos estoques mundiais da ordem de 3,5 milhões de toneladas. Vale lembrar que existe um maior direcionamento dos usineiros para a produção de álcool em detrimento de açúcar, refletindo a maior remuneração do setor alcooleiro. A queda do preço do queijo muzzarela está relacionada ao aumento da oferta desta safra leiteira. Neste ano, as condições climáticas do último trimestre foram mais favoráveis à recuperação das pastagens do que as verificadas no mesmo período do ano passado. A queda nas cotações do leite, contudo, ainda não chegou aos preços do leite em pó, produto industrializado, que não segue de perto as variações nas cotações do produto, a exemplo do que ocorre com certos laticínios. O leite em pó integral variou, no ano, 11,72%. Contribuíram, intensamente, para o comportamento estável da cesta, os peços da carne bovina, pois neste ano a arroba do boi apresentou preços estáveis, em níveis elevados, sem picos de altas no período de entressafra, embora alguns pecuaristas esperassem que a arroba chegasse a R$ 50,00, no último trimestre do ano. As cotações do produto oscilaram entre R$ 40,00 e R$ 43,00 durante toda a entressafra. A carne de primeira variou, no ano, variou 2,47%, e de segunda, 0,27%. Outro destaque de queda no ano foi o óleo de soja, com variação de -15,32% no período (base 30/12/2000). Além do clima favorável, as lavouras também foram beneficiadas com o aumento no uso de tecnologia e de sementes altamente produtivas e, ainda, com o incremento no uso de fertilizantes. A queda no consumo de óleo de soja no mercado internacional também contribuiu para a depressão verificada nos preços do produto neste ano. Além do crescimento da concorrência, verificado em função do aumento da oferta de outros óleos vegetais (girassol, palma e canola), alguns países passaram a comprar soja para disputar o mercado de óleo, por se tratar de produto com maior valor agregado. Desde o início do Plano Real, o óleo de soja acumula variação de 6,82%, considerando o preço médio de R$ 0,94, praticado em 29/12/2000. Tanto o Grupo Limpeza como o Grupo Higiene apresentaram um comportamento estável, sendo que no primeiro caso o destaque de alta foi verificado no detergente líquido, com variação de 14,29% e peso de 0,57% da composição geral da cesta. Já no segundo grupo, a maior alta foi a do desodorante spray, com variação de 15,46%, e peso de 1,59%. Em 2000 o abastecimento continuou normal e o supermercado mais barato foi o Barateiro da Rua das Palmeiras, 187. S. Cecília da região Centro. A variação acum

12/29/2000


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