Corpo de Jango será exumado no dia 13 de novembro



13 de novembro. Essa será a data da exumação do corpo do ex-presidente João Goulart, em São Borja (RS). A definição foi anunciada pela ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), após reunião com familiares e peritos que atuam no caso, nesta quarta-feira (16), em Brasília (DF).

“Estamos em plenas condições de realizar este procedimento em busca da verdade”, declarou a ministra ao reafirmar que “exumar o ex-presidente Jango é também exumar a ditadura”. Rosário ainda destacou o papel da família em todo o processo, que hoje foi representada por Christopher Goulart, neto do ex-presidente.

Desde a manhã, especialistas brasileiros, do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal (INC/PF), uruguaios, argentinos e cubanos, com a presença de representantes da SDH/PR, da Comissão Nacional da Verdade (CNV) e do Ministério Público Federal (MPF), debateram os procedimentos necessários para antes, durante e depois da exumação.

Exumação e exames

Coordenador do grupo técnico, Amaury Souza Júnior, perito da Polícia Federal, esclareceu que a equipe deverá chegar, pelo menos, dois dias antes a São Borja (RS). Nesse período, deverá acontecer a preparação para o procedimento, como isolamento do Cemitério Municipal, logística para o deslocamento dos restos mortais a Brasília, entre outras questões.

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Na sequência, o material será enviado para o Instituto Nacional de Criminalística, onde serão feitos os exames antropológicos e de DNA. Nesta mesma etapa, serão coletadas amostras para o exame toxicológico, que será realizado em laboratórios renomados fora do país, conforme prevê protocolos internacionais sobre este tipo de perícia. Todo o procedimento, destacou Amaury Souza, será acompanhado pelos peritos uruguaios, argentinos e cubanos, além do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).

O objetivo é que assim que sejam feitas essas coletas, os restos mortais retornem a São Borja. A expectativa dos peritos é de que isto ocorra por volta do dia 6 de dezembro, aniversário de morte do ex-presidente, conforme já havia assegurado pela ministra Maria do Rosário.

Perseguição e honras

A ministra Maria do Rosário ressaltou o contexto histórico em torno da morte de Jango. “Hoje, podemos dizer, com segurança, que o ex-presidente foi perseguido todos os dias de sua vida”, destacou a ministra, observando ainda que os possíveis resultados provenientes da exumação serão agregados ao levantamento histórico e documental já conhecido sobre o caso. Rosário reafirmou sua intenção de fazer com que os restos mortais do ex-presidente cheguem à capital federal com honras de Chefe de Estado.

Em nome da família de Jango, o neto Christopher Goulart, disse que o seu avô sofreu dois assassinatos: físico e político. “Queremos que junto surja o debate do verdadeiro legado do ex-presidente Jango: as reformas institucionais”, lembrou Christopher, manifestando concordância com a dada e os procedimentos anunciados.

Fonte: 

Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República



17/10/2013 11:12


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