Covas recebe integrantes da Organização de Jovens Presidentes (YPO)



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O governador Mário Covas recebeu na manhã desta terça-feira, dia 22, integrantes da Young President´s Organization (YPO) – Organização de Jovens Presidentes, entidade norte-americana com objetivo complementar a formação dos empresários por meio de cursos, treinamentos e troca de experiências. Fundada nos Estados Unidos, em 1950, pelo empresário Raymond Hickok, a organização atua em aproximadamente 150 países, tendo cerca de oito mil associados. Em um clima descontraído, o governador respondeu questões sobre sua vida pública e pessoal para aproximadamente 70 pessoas no Salão dos Pratos, no Palácio dos Bandeirantes. O presidente da YPO, José Paim, quis saber como Covas conduz sua carreira política e como chegou ao atual posto. Por também ocupar um cargo de liderança, Paim afirma que o cargo de um líder muitas vezes é “solitário”. Ele destacou ainda que o governador tem uma influência muito grande nos “500 Anos do Brasil”, devido a sua atuação na carreira pública. “Sempre admirei Covas pela sua ética e moral”. O presidente da YPO lembrou que o governador paulista comanda a terceira economia da América Latina. Na sua opinião, a primeira é o Brasil, a segunda é o México, e a terceira é São Paulo. “O caminho para chegar aqui não foi fácil”, disse Covas. “A minha vida é diferente das demais pessoas”. Na época da ditadura ele foi preso cinco vezes. Nos momentos de solidão, pensava no que diziam a seu respeito para seus filhos na escola. “Não me arrependo de nada do que fiz. Os erros foram movidos por erros justificáveis do ponto de vista ético e moral”, explicou o governador. Do alto de seus 69 anos, Covas disse que ainda não se acostumou com algumas críticas. “Estou numa fase na vida que meu grau de censura diminuiu. Não evito mais de dizer o que tenho que dizer”. O governador relembrou o início de sua carreira que começou nos bancos da universidade. “Fiz política universitária numa época em que os políticos eram recrutados na universidade”. Ele deu aula no colégio Bandeirantes e trabalhou no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA) e em todos os postos da Prefeitura. Foi eleito deputado federal e, em 1968, foi cassado, ficando 10 anos afastado da vida pública. Entre 1983 e 1985 foi prefeito da capitalpaulista e no ano seguinte chegou ao cargo de senador da República (1986/1994). Desde quando abraçou a carreira política, Covas destina pouco tempo para o convívio familiar. “Os sábados e domingos não são respeitados. Exige muita compreensão da esposa e dos filhos”, relatou o governador. O que foi confirmado pela presidente do Fundo Social de Solidariedade, Lila Covas. “Nossos filhos e netos cobram demais a nossa presença e sentem muito a falta do Mário. No primeiro mandato ficamos quatro meses sem vê-los”, observou dona Lila. “Casei com um líder cujo sonho era ser o governador do Estado de São Paulo”. Sobre a vida política, Covas disse que é muito gratificante ir a um lugar pobre e levar água, construir prédios. “É um estímulo muito grande. Acredito no povo e o político tem como um dos objetivos diminuir as distâncias sociais. O que nos empurra são os valores ligados a crença, caráter, honestidade e integridade”, avaliou. Fundo Social de Solidariedade O governador também elogiou a atuação de Lila Covas à frente do Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo (Fussesp). “O Fundo funciona bem porque tem a participação dos cidadãos como agentes. A Lila tem facilidade para arranjar parceiros que contribuem com a instituição”, disse. Ela relembrou o estado de deterioração em que se encontrava o Fundo quando assumiu. “Tinham muitas coisas quebradas e com a ajuda dos parceiros conseguimos grandes mudanças”. A presidente do Fussesp adiantou que está montando uma casa de atendimento às crianças em Itaquera que também visa dar assistência a seus familiares. “Com estas mudanças que estamos fazendo, além de todo trabalho realizado pelo Mário no Estado, será muito mais fácil para quem vier sucedê-lo”. Durante o encontro o governador anunciou que a sede do Palácio dos Bandeirantes poderá ser transferida para o prédio do Banespa, caso o banco seja privatizado. “Aqui é inadequado e deveria ser transformado em um museu. Indo para o centro, além de valorizar mais o local, o Governo ficará mais perto do povo”. Sobre o mercado de trabalho, Covas acredita que no futuro as áreas que mais irão crescer são a agricultura e as pequenas e micro empresas. Ao final do encontro, o governador convi

02/22/2000


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