Covas se recupera bem e já está no quarto



Animado e comunicativo, governador já pediu para ver as contas diárias do Estado

O estado de saúde do governador Mário Covas, operado ontem, terça-feira, dia 21, para retirada de recidiva de tumor na região pélvica, está evoluindo satisfatoriamente de acordo com as informações dos médicos responsáveis pelo procedimento cirúrgico e pelo tratamento do governador. Ao meio dia, Covas deixou a UTI e foi para quarto no sexto andar do Instituto do Coração - InCor, e pouco depois já solicitava à sua assessoria que lhe enviasse o fluxo de caixa do dia, planilha que traz o resultado diário da arrecadação do ICMS do Estado. Pouco depois das 13 horas, os médicos Sami Arap e Raul Cutait, responsáveis pela equipes de urologia e gastroenterologia, respectivamente, além do infectologista David Uip, médico particular do governador, detalharam o estado clínico de Covas para os jornalistas que acompanham a sua recuperação no Incor. 'O governador já está no quarto, seu estado clínico é bom e ele está muito bem humorado', disse David Uip contando a reação de Covas ao ouvir esse diagnóstico, minutos antes dos médicos descerem para a entrevista à imprensa: 'Então, já que estou bem vou descer para dar a coletiva para o pessoal', disse o governador ao médico. Uip disse que o fato de o governador desejar trabalhar, pedindo dados do Governo à sua assessoria, em nada prejudica a sua recuperação. 'A volta ao dia a dia será determinado pelo próprio governador. Conhecendo Covas como nós conhecemos, estranhamos muito que ele não tenha pedido os documentos ontem à noite', brincou. Nesta quarta-feira, Covas iniciou uma dieta líquida restrita, com aporte calórico e hidratação venosa. Estão sendo adotadas também medidas preventivas para tromboembolismo. Arap explicou que em uma cirurgia extensa como a que Covas foi submetido, que durou sete horas, há sempre desidratação no paciente, que fica sem ingerir líquidos. 'Aporte calórico é uma alimentação endovenosa que pode ser feita por meio de glicose ou outras substâncias', disse. Em relação às medidas profiláticas para tromboembolismo, Arap afirmou haver duas razões para preocupação por parte dos médicos: uma delas é o histórico de má circulação que já provocou erisipela e um edema em uma das pernas do paciente. A outra, é o stent que foi colocado para prevenir um trombo (coágulo). 'Por isso, ele precisa desse tratamento anticoagulante para evitar qualquer complicação circulatória'. Quanto o tratamento que se pretende adotar quando o governador deixar o hospital, algo que os médicos prevêem que pode ocorrer em 10 dias, eles foram unâmimes em afirmar que qualquer terapia complementar só será definida após o resultado final dos exames anatomopatológicos do material coletado durante a cirurgia. 'Todos os exames anatomopatológicos serão feitos aqui no Brasil e depois enviados para o hospital Memorial Sloan Catherine Cancer Center, de Nova York, para confirmação final', disse Arap. As alternativas de quimioterapia e radioterapia, feitas isoladas ou complementares, ainda não estão sendo consideradas pela equipe. 'Não há pressa para definir o tratamento. Vamos reunir o maior número de informações e discutir o que adotar', disse Cutait. Segundo ele 'existem hoje algumas alterações especificas de tumores, que mostram a capacidade de eles responderem ou não a determinadas drogas, e esse tipo de informação é importante para mostrar a necessidade ou não de se fazer alguma coisa a mais'. Amanhã, quinta-feira, dia 23, a Assessoria de Imprensa do Incor divulgará, por volta do meio dia, um novo boletim médico, seguido de entrevista dos médicos à imprensa. Veja também o

11/22/2000


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