CPI das ONGs ouve deputado que investigou grilagem de terras na Amazônia
De acordo com o deputado, a comissão da qual participou apurou que mais de 60 milhões de hectares na Região Amazônica foram adquiridos de maneira ilegal. Segundo ele, foram poucas as denúncias envolvendo ONGs com grilagem de terras. As únicas organizações sobre as quais lançou suspeitas foram a Associação Amazônia e a For Ever Green.
Quanto à For Ever Green o deputado disse que chamou a atenção o fato de a entidade, que pertence a estrangeiros, ter acumulado mais de 100 mil hectares de terras na região. Com relação à Associação Amazônica, Carvalho declarou que investigações comprovaram que os 172 mil hectares de terras que pertencem à organização foram adquiridos de maneira fraudulenta.
O presidente da CPI das ONGs, senador Mozarildo Cavalcanti (PFL-RR), disse que é necessário investigar as ligações da entidade com empresas européias, que, segundo Carvalho, teriam enviado mais de US$ 500 mil para a organização.
O deputado revelou que existem indícios de que a Associação Amazônica está envolvida com a prática de trabalho escravo. As sete famílias que moram nas terras da organização trabalham nas benfeitorias da Associação Amazônica sem receber nenhuma remuneração por isso, afirmou.
Sérgio Carvalho disse ainda que foi possível constatar que juízes, desembargadores e cartórios ajudaram a fazer com que terras da União passassem para o nome de particulares de maneira irregular. Ele não descartou a possibilidade de que a posse das terras tenha sido obtida por meio de ligações entre magistrados e as duas entidades suspeitas.
23/10/2001
Agência Senado
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