CPI DO ROUBO DE CARGAS OUVE REPRESENTANTES DE TRANSPORTADORAS



A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que está apurando o crescimento do roubo de cargas no país ouvirá na próxima terça-feira (dia 6), a partir das 15 horas, os depoimentos dos presidentes dos sindicatos das empresas de transportes de cargas do Rio de Janeiro, Eduardo Ferreira Rebuzzi; do Ceará, Clóvis Nogueira Bezerra; de Blumenau (SC), Osmar Ricardo Labes; e de Foz de Iguaçu (PR), Saulo Ivo Lamb.Presidida pelo senador Romeu Tuma (PFL-SP), a CPI, além de apurar o roubo de cargas no país, tem como objetivo criar mecanismos capazes de coibir a atuação de quadrilhas especializadas. De acordo com dados fornecidos pela Confederação Nacional de Transporte (CNT) e pela Associação Nacional de Transportes de Cargas, incluídos no requerimento de criação da comissão, no ano passado foram registradas 4.200 ocorrências, resultando em um prejuízo de R$ 315 milhões.Na reunião de instalação da CPI Mista, o relator, deputado Oscar Andrade (PFL-RO), informou que a preferência dos assaltantes é pelas mercadorias que podem ser revendidas com maior facilidade, como alimentos (23% das ocorrências), cigarros (16%), confecções (13%), equipamentos eletroeletrônicos (9%) e medicamentos (6%). Já Tuma salientou que o roubo de cargas é feito sob encomenda e a entrega quase sempre se dá imediatamente após a sua concretização, dificultando a atuação da polícia.Na última reunião da CPI Mista, terça-feira passada (dia 30), em depoimentos sigilosos, empresários e representantes de transportadoras informaram nomes de pessoas supostamente envolvidas com o roubo e desmanche de caminhões. Também foi aprovada a quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico de 26 pessoas e empresas. A lista foi elaborada a partir dos trabalhos das CPIs do Narcotráfico e dos Medicamentos, da Câmara dos Deputados. Já prestaram depoimento à CPI Romeu Natal Panzan, presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas de São Paulo (Setcesp); Artenir Werner, diretor superintendente da Transportadora Dalçoquio; Roberto Mira, diretor da Coordenação Nacional para o Combate ao Roubo de Cargas; e o coronel Paulo Roberto de Souza, assessor de segurança da Setcesp.

02/06/2000

Agência Senado


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