CPI DOS BANCOS SERÁ INSTALADA NA QUARTA-FEIRA
O Senado vai instalar na próxima quarta-feira (dia 14), às 10 horas, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar denúncias sobre irregularidades no sistema financeiro. Na ocasião, os integrantes da comissão vão definir a agenda de depoimentos e os horários de funcionamento da CPI, que deverá trabalhar simultaneamente à CPI que apura irregularidades cometidas por integrantes do Poder Judiciário.Durante a instalação da CPI, serão eleitos o presidente e o vice-presidente, e designado o relator da comissão. O PMDB já decidiu indicar para relator o senador João Alberto (PMDB-MA), que foi governador, deputado estadual e, por três vezes, deputado federal, tendo assumido o mandato de senador em fevereiro deste ano. A presidência da CPI deverá ser do PFL.A comissão vai trabalhar por um período de 120 dias que poderá ser prorrogado, dependendo da decisão dos integrantes da CPI. Proposta pelo líder do PMDB, senador Jader Barbalho (PA), a CPI dos bancos será apenas do Senado, e contará com 11 senadores titulares, sendo quatro do PMDB, três do PFL, dois do PSDB e dois do bloco Oposição. Para propor a criação da CPI, no dia 29 de março, Jader Barbalho apresentou oito fatos ligados às atividades de instituições financeiras, muitas das quais teriam se beneficiado com informações privilegiadas sobre a desvalorização do Real, em janeiro. Conforme requerimento para a criação da CPI, os senadores também vão investigar a operação de socorro do Banco Central aos bancos FonteCindam e Marka, que possibilitou às duas instituições a compra de dólares abaixo da cotação do dia, bem como "exorbitantes lucros" obtidos por bancos estrangeiros na compra de títulos públicos, "em detrimento da concessão de crédito aos setores produtivos da economia nacional".A CPI vai investigar ainda a sonegação de impostos que teria sido praticada pelos bancos Citibank, J.P. Morgan, Deutsche Bank, Crédit Suisse, First Boston, Garantia e Crédit Commercial de France. O líder do PMDB solicitou também em seu requerimento que a CPI investigue as razões pelas quais ainda persiste certa fragilidade no sistema financeiro nacional, mesmo depois de o governo ter promovido a ajuda ao setor, por meio do Proer, programa que proporcionou, segundo Barbalho, uma "maciça injeção de recursos" nos bancos.
12/04/1999
Agência Senado
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