CPTM: Conheça a origem dos nomes e curiosidades das estações
Você já se perguntou de onde vêm os nomes das estações de trem que utiliza? Explicamos algumas nesta primeira matéria
Nesta primeira matéria você vai saber quem foi Presidente Altino, conhecer um pouco da história de Júlio Prestes, matar a curiosidade sobre o Engº São Paulo e descobrir a origem de nomes inusitados como Guapituba e Perus.
Estação Presidente Altino (Linhas B e C) - Parte das extintas Estrada de Ferro Sorocabana e Fepasa, a unidade Presidente Altino, inaugurada em 1920, recebeu sua denominação em homenagem à Altino Arantes Marques, décimo presidente do Estado de São Paulo (cargo equivalente ao de governador), na gestão de 1916 a 1920. Formado na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em 1895, Altino foi deputado federal por quatro mandatos (1906 a 1908), (1911-1915), (1921-1930) e constituinte em 1946. Fez parte da Academia Paulista de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo e assumiu a primeira presidência do Banespa.
Estação Guapituba (Linha D) - Em tupi-guarani, guapituba significa "rio onde há muito aguapé" ou "o abundante de aguapé". O nome deu origem ao Jardim Guapituba, bairro do município de Mauá, na Grande São Paulo. A estação começou num posto telegráfico, aberto em 1907, e fazia parte da São Paulo Railway, popularmente conhecida como "Ingleza", a primeira estrada de ferro paulista, construída entre 1862 e 1867 por investidores ingleses, que inicialmente tinham como um de seus principais acionistas o Barão de Mauá. Ligando as cidades entre Jundiaí e Santos, a ferrovia transportou durante anos café, mercadorias e passageiros do interior ao porto de Santos, cortando a cidade de São Paulo de norte a sul. Isso até a década de 30, quando a Sorocabana construiu a Mayrink-Santos. Em 1946, com o fim da concessão do governo, a estrada de ferro passou a pertencer à União, com o nome E. F. Santos-Jundiaí (EFSJ). Em 2003, a Estação de Guapituba ganhou um jardim repleto de rosas, azaléias, cravos e dálias. A iniciativa, do faxineiro José Nilton da Silva de Souza, levou flores à lateral da plataforma 1, além de bananeiras, goiabeiras, pés de feijão e mandioca à área vizinha à plataforma 2.
Estação Júlio Prestes (Linha B) - Antiga Estação São Paulo, inaugurada em 1875 juntamente com o trecho São Paulo-Sorocaba, o primeiro da Estrada de Ferro Sorocabana. A parada recebeu o nome Júlio Prestes em 1951. Nascido em Itapetininga (SP) em 1882, Júlio Prestes de Albuquerque era filho do governador (na época, Presidente do Estado) de São Paulo, o coronel Fernando Prestes de Albuquerque, e foi eleito para o mesmo cargo em 1927. Antes disso, o advogado formado pela Faculdade de Direito de São Paulo, na primeira década do século 19, elegeu-se deputado estadual por São Paulo em 1909, reelegendo-se várias vezes até 1923.
Em 1929, o então presidente Washington Luís o indicou como candidato à sucessão presidencial, a ser definida em 1930. A indicação desagradou aos mineiros, que esperavam um candidato local para assegurar a política do café com leite, alternância entre os dois maiores estados no comando do governo federal. Minas Gerais articulou a Aliança Liberal, chapa de oposição liderada pelo gaúcho Getúlio Vargas e pelo vice, João Pessoa. A campanha foi bastante acirrada, mas Júlio Prestes elegeu-se presidente. Durante a viagem de Prestes a Washington, Paris e Londres, oposicionistas alegaram fraudes na eleição e com um movimento revolucionário e uma junta militar afastaram o presidente Washington Luís. Vargas assumiu o poder e Júlio Prestes, perdendo o cargo recém-conquistado, pediu asilo ao consulado britânico. Vivendo no exílio até 1934, na volta ao Brasil dedicou-se ao cultivo de algodão em sua cidade natal. Em 1945, retornou à política e fundou o partido da União Democrática Nacional (UDN), do qual foi membro da comissão diretora. Morreu no ano seguinte, em São Paulo.
Para Moysés Lavander Junior, um dos autores do livro SPR: Memórias de uma Inglesa, e funcionário do Departamento de Manutenção de Via Permanente (DOFV), dar o nome de Júlio Prestes à estação foi uma homenagem justa ao responsável pela quebra do monopólio inglês de acesso ferroviário ao porto de Santos. "A Mayrink-Santos, pela qual se empenhou em construir durante seu mandato de presidente do Estado de São Paulo, tornou-se um grande orgulho à engenharia nacional", diz Lavander.
História do prédio da Júlio Prestes
Uma das estações mais charmosas do Brasil, a Júlio Prestes ocupa atualmente a edificação construída entre 1926 e 1938, projeto do arquiteto Cristiano Stockler das Neves. A unidade foi inspirada nas confortáveis e funcionais estações ferroviárias de Nova York e da Pensilvânia. Seus escritórios já abrigaram a sede da Sorocabana, depois da Fepasa, e em 1997 tornaram-se sede da Secretaria de Estado da Cultura. Em 1999, depois de dois anos de obras, seu saguão deu lugar à Sala São Paulo, com 1.000m² e 1.509 lugares para espectadores dos espetáculos musicais, principalmente os da Orquestra Sinfônica de São Paulo, que também ocupa a edificação.
Abrigo Engenheiro São Paulo - Criada em 1920, para atender os usuários do pátio de cargas da estação do Norte, hoje Roosevelt, a pequena estação recebeu o nome do engenheiro João José de São Paulo, ajudante da 5ª divisão da Central do Brasil. Ao lado da Estação Bresser, do Metrô, o Abrigo Eng° São Paulo teve suas instalações renovadas recentemente pelos funcionários que participaram do programa 5S, seguindo os conceitos japoneses de Utilização, Ordenação, Limpeza, Higiene e Autodisciplina.
Essa unidade pertencia à Estrada de Ferro do Norte (ou E. F. São Paulo-Rio), construída em 1869 por fazendeiros do Vale do Paraíba para ligar o Brás à Penha. Em 1877, a E. F. do Norte encontrou-se com a E. F. Dom Pedro II, permitindo o transporte de mercadorias e passageiros entre Rio e São Paulo. Com a queda do império em 1889, a E. F. D. Pedro II ganhou o nome de E. F. Central do Brasil e no ano seguinte estava ligada definitivamente à Norte. Em 1957, a Central foi incorporada à Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA).
Estação Perus (Linha A) - Inaugurada em 1914, surgia uma pequena estação em estilo britânico, construída pela SPR, mais tarde administrada pela Estrada de Ferro Santos-Jundiaí. O nome Parada dos Perus vem da época em que tropeiros transportavam mercadorias entre Santos e Jundiaí, nos séculos XVIII e início do XIX, e pousavam na região e no sítio de Sinhá Maria, que criava as aves. A área também servia de parada para tropas de soldados e fazendas de capitães de Guarda, que defendiam o caminho do mar. Em 1972, a unidade recebia as edificações que ocupa atualmente e que passaram por total reconstrução após o acidente de 1999, sempre seguindo o projeto original.
Estação Prefeito Saladino (Linha D) - O nome da unidade homenageia Saladino Cardoso Franco, prefeito de Santo André de 1914 a 1930. Saladino descendia de uma das famílias mais antigas do Grande ABC e perdeu seu cargo com a Revolução de 1930. A estação foi criada em 1966 para substituir uma parada simples datada de 1952 e receber os trens de subúrbio da Estrada de Ferro Santos-Jundiaí. Nela, a fábrica da General Motors de São Caetano embarcava automóveis para exportação.
Fontes
Site: www.estacoesferroviarias.com.br
Site: pt.wikipedia.org
Livro
06/06/2006
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