CRE ouvirá chanceler brasileiro e dois embaixadores sobre crise na Crimeia




Ferraço (D) acredita que debate permitirá "firmar juízo de valor sobre o tema"

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A invasão da Crimeia por tropas leais a Moscou e a anexação à Rússia daquela região, antes pertencente à Ucrânia, levaram a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) a aprovar convites a três autoridades para debater o tema: o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo Machado, e os embaixadores no Brasil da Ucrânia, Rostyslav Tronenko, e da Federação Russa, Sergey Akopov.

Todos os requerimentos foram apresentados pelo presidente da comissão, senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), para quem os três encontros poderão ajudar os senadores a conhecer diferentes visões políticas a respeito de uma crise política que pode vir a ter repercussões em todo o mundo.

– Após a realização das audiências, em dias separados, teremos condição de firmar juízo de valor sobre o tema. Até aqui o Brasil não se posicionou – afirmou Ferraço.

Logo no início da reunião, o senador Luiz Henrique (PMDB-SC) anunciou ter recebido uma mensagem eletrônica de representantes da comunidade de 500 mil descendentes de ucranianos no Brasil, em defesa de uma solução pacífica para a crise na Crimeia. Por meio da mensagem, eles defendem que a comissão envie ao Ministério das Relações Exteriores uma moção para que o Brasil seja protagonista na tentativa de se evitar um conflito armado.

A senadora Ana Amélia (PP-RS) logo concordou com a necessidade de se debater o tema, uma vez que “o mundo todo está de olhos voltados para aquela região, que tem grande relevância geopolítica”. Por sua vez, o senador Francisco Dornelles (PP-RJ) sugeriu que os integrantes da comissão ouçam inicialmente o ministro brasileiro das Relações Exteriores e somente depois tomem uma decisão a respeito da aprovação da moção sugerida a Luiz Henrique.

Ao comentar a discrição que vem sendo mantida pelo governo brasileiro em relação ao conflito, o senador Cyro Miranda (PSDB-GO) sugeriu que essa postura talvez se deva à realização em Fortaleza, logo após a Copa do Mundo, de uma reunião dos Brics – grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Uma posição mais incisiva por parte do Brasil, observou o senador, poderia ser mal interpretada pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin.

– Talvez haja o receio de que Putin não venha ao encontro dos Brics – disse.



20/03/2014

Agência Senado


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