Cresce o aproveitamento de córneas para transplante no Brasil



A Anvisa publicou na última sexta-feira (27) os dados do Relatório de Avaliação dos Bancos de Tecidos Humanos. O documento faz um retrato da atividade dos bancos que armazenam tecidos oculares, tecidos musculoesqueléticos e os bancos de pele do país. Ao todo, foram monitorados 59 bancos que trabalham com pelo menos um destes tecidos.

O relatório traz dados de que o aproveitamento das córneas doadas para transplante no Brasil vem melhorando nos últimos quatro anos. No caso dos bancos de olhos, os dados mostram que em 2012 foram colocadas à disposição para transplante 16.505 córneas em todo o Brasil. Com isso, o número de córneas descartadas que era de 51% em 2009, caiu para 36% em 2012, o que demonstra que o País tem sido mais eficiente na coleta e no tratamento dos tecidos oculares. No mesmo período, 459 córneas foram entregues para pesquisa, ensino e treinamento de profissionais de saúde.

Os cinco estados com os maior número de doadores de globos oculares e córneas em 2012 foram, em ordem decrescente: São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Pernambuco. Os principais motivos para a perda de córneas no país estão relacionados à presença de hepatite B, adequação à finalidade que se destina a doação, qualidade e a presença de hepatite C. Os Bancos de Tecidos Humanos realizam as etapas que vão desde a triagem clínica e laboratorial dos doadores até a disposição para o uso em transplantes e enxertos.

Bancos de Pele

O Brasil possui três bancos de pele em funcionamento. O mais antigo deles é o Banco de Tecidos Humanos Dr. Roberto Corrêa Chem, da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. Em 2012, entrou em funcionamento o banco de peles do Hospital das Clínicas da USP e o banco do Instituto de Medicina Integral de Pernambuco. Juntos, estes bancos foram responsáveis pela doação de 42.170 cm² de pele em 2012. O valor representa um crescimento de 87,7% na produção de pele humana no Brasil.

Tecidos musculoesqueléticos

O país tem sete bancos de tecidos musculoesqueléticos, também conhecidos como banco de ossos. Estes serviços englobam a coleta de ossos, tendão, fáscia e cartilagem retiradas do doador. Em 2012, estes bancos foram responsáveis por 22.481 unidades utilizadas em tratamentos odontológicos e 1.547 tratamentos ortopédicos.  O número de peças de tecidos musculoesqueléticos obtidas no ano de 2012 foi de 1.681 originárias de 612 diferentes doadores.

No caso dos tecidos musculoesqueléticos, a principal causa de descarte dos doadores está relacionada à contaminação bacteriana e o não atendimento ao padrão estabelecido pelo banco de ossos.

A avaliação dos indicadores de qualidade de forma individualizada por instituição inova o monitoramento da produção dos bancos de tecidos. Esta ação em conjunto com as inspeções realizadas pelas vigilâncias sanitárias dos estados e municícipios complementam a avaliação de risco destes serviços no país. A publicação do relatório visa divulgar as informações de interesse público a fim de incentivar o desenvolvimento dos bancos de tecidos.

Confira a íntegra o Relatório de dados de produção dos Bancos de Tecidos Humanos.

Fonte:

Anvisa



30/09/2013 11:17


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