Cresce sobrevivência das pequenas empresas
Os pequenos negócios brasileiros permanecem em cenário saudável de sobrevivência. É o que revela uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira (20), em São Paulo, pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
De cada 100 micro e pequenas empresas abertas no País, 73 permanecem em atividade após os primeiros dois anos de existência, período considerado crítico para se manter no mercado. Para o presidente do Sebrae, Luiz Barretto, esse resultado é reflexo de aspectos como aumento da escolaridade, nova classe média e melhora do ambiente legal no País.
Comparando o desempenho nacional com o de outros países, o Brasil aparece em situação privilegiada. O índice de sobrevivência das micro e pequenas empresas brasileiras é superior ao de nações como Espanha (69%), Itália (68%) e Holanda (50%) e bastante próximo do Canadá (74%).
Na Europa, os dados são verificados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). "As pequenas empresas brasileiras estão calcadas no mercado interno, que está forte. Os países em desenvolvimento continuam crescendo independente da crise na Europa", afirmou o presidente do Sebrae.
Nova metodologia
Esta nova edição do estudo sobre Taxa de Sobrevivência das Empresas no Brasil, lançado nesta quinta-feira, traz uma novidade em sua metodologia, que deixa de utilizar pesquisas de campo e passa a empregar a base de dados da Receita Federal.
Segundo Barretto, a mudança irá possibilitar a divulgação anual do índice, dando início a uma série histórica, e traz uma radiografia dos estados. "Estamos falando agora de um censo integral, com cerca de 500 mil empresas", explica.
Fundamentos para sobreviver
Identificação da oportunidade de negócio, estudo de viabilidade e capacitação empresarial são aspectos que, quando observados antes de abrir um negócio, a chance de sobrevivência é maior, afirma Luiz Barretto. "Planejar, não misturar finanças empresariais com finanças pessoais, inovar e investir na formação empresarial são recomendações que garantem uma maior sobrevivência ao negócio", diz.
Ser arriscar é uma característica essencial para empreender, por outro lado, ter conhecimento e buscar informação ajuda a diminuir os riscos, enfatiza o presidente do Sebrae.
A taxa de sobrevivência evoluiu de 71,9%, com base nas empresas que abriram suas portas em 2005, para 73,1%, referente aos empreendimentos abertos em 2006, período de início do Super Simples, que trouxe vantagens tributárias para as micro e pequenas empresas.
As indústrias são as que mais contribuíram para este quadro crescente. De cada 100 empresas abertas, 75,1% permanecem ativas nos dois anos seguintes. Em seguida, aparecem comércio (74,1%), serviços (71,7%) e construção civil (66,2%).
"As exigências iniciais para se abrir uma indústria, como planejamento e alto grau de inovação e aporte de capital contribuem para a permanência da empresa no mercado", analisa Barretto.
Os melhores índices estão presentes na região Sudeste (76,4%), seguidas das regiões Sul (71,7%), Nordeste (69,1%), Centro-Oeste (68,3%) e Norte (66,0%).
O índice acima da média na região Sudeste se justifica por apresentar mais mercado, mais gente com informação, e elevado grau de escolaridade da sociedade. O Sebrae acredita que a tendência é, que nas próximas edições do censo, o resultado será mais homogêneo.
Fonte:
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae)
20/10/2011 21:11
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