Cristovam lamenta fechamento de maternidade enquanto Brasília inaugura estádio



Em discurso nesta segunda-feira (15), o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) fez um contraponto usando a manchete de domingo (14) do jornal Correio Braziliense: “Morte de bebês fecha maternidade no Hospital Regional da Ceilândia”, e a manchete que o jornal deve trazer no próximo domingo (21), quando deve ser inaugurado o novo Estádio Nacional Mané Garrincha [no momento do discurso, o governo do DF ainda não havia adiado a conclusão para o dia 18 de maio]. O estádio será usado na Copa das Confederações deste ano e na Copa do Mundo de 2014.

O senador afirmou que o estádio custará ao final R$ 1,5 bilhão ao governo do Distrito Federal.

- Essa é a realidade de um governo em que toda prioridade foi concentrada na realização de um estádio monumental em uma cidade que nunca conseguiu encher um estádio de 30 mil que tinha e outro de 40 mil, no Gama – R$ 1,5 bilhão, e os hospitais sendo fechados porque estão morrendo crianças recém-nascidas! – protestou Cristovam.

Nas últimas semanas, sete bebês recém-nascidos morreram por infecção bacteriana em uma maternidade pública em Ceilândia, maior cidade do Distrito Federal. O parlamentar recordou que, em 2010, outros 11 bebês também vieram a óbito em um período de dois meses em um hospital público do Distrito Federal.

- Ou seja, antes do atual governo. E o atual governo foi eleito para corrigir isso, prometendo que em seis meses a saúde no Distrito Federal estaria em ordem, até porque o novo governador é um médico e vestiria roupa de médico para cuidar da saúde. Disse na campanha, e eu fui avalista dele, de que ele seria o secretário de Saúde. A situação é tão vergonhosamente ao contrário que nem o secretário é quem vai à televisão falar sobre isso aqui, é um subsecretário – criticou.

Cristovam também disse estranhar o fato de o governo do DF ter devolvido, no ano passado, mais de R$ 796 milhões aos cofres do governo federal. Esses recursos deveriam ter sido usados em alimentação escolar, salário educação, transporte escolar, alfabetização e quadras esportivas, entre outros itens, informou o senador.

- Esta é a realidade: na mesma semana em que se inaugura o mais caro estádio do mundo, nós temos crianças morrendo em hospitais e maternidades fechadas pela incompetência de resolver o problema – lamentou.

Em aparte, o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) elogiou o pronunciamento do colega e disse haver superfaturamento nas obras dos estádios para a Copa de 2014.



15/04/2013

Agência Senado


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