Cultura: Carmen Miranda para Sempre no Memorial da América Latina
Megaexposição mostra aos fãs da Pequena Notável 700 itens de acervos da família, de colecionadores e do museu da artista
Megaexposição mostra aos fãs da Pequena Notável 700 itens de acervos da família, de colecionadores e do museu da artista
Maria do Carmo Miranda da Cunha tinha 1,54 m de altura, mas Carmen Miranda, a diva, era infinitamente grandiosa. Consagrou-se como a primeira artista internacional que o Brasil produziu. E até hoje é considerada a maior artista brasileira de todos os tempos. A Pequena Notável gravou 322 músicas em dez anos, brilhou no cinema nacional, nos estúdios de Hollywood e nos palcos da Broadway. Morreu aos 46 anos. Seu enterro levou mais de meio milhão de pessoas às ruas do Rio de Janeiro. É parte desse universo – reconstruído em grande estilo no espaço circular de mil metros quadrados da Galeria Marta Traba – que o Memorial da América Latina oferece ao público paulista a partir do dia 8.
A vinda da mostra para São Paulo é resultado da parceria entre a Fundação Memorial da América Latina, com o patrocínio das empresas Vivo, Petrobrás e CSN. No Rio de Janeiro, atraiu mais de 40 mil visitantes. Com curadoria de Fabiano Canosa, direção de arte e cenografia de Cláudio Amaral Peixoto e Cláudio Fernandes, e consultoria e textos de Ruy Castro, a mostra relembra a artista e revela a mulher por trás da estrela. “Carmen Miranda Para Sempre é a maior e mais completa exposição realizada sobre a atriz, com acervo da família, de colecionadores e do Museu Carmen Miranda”, conta Kitty Monte Alto, idealizadora da mostra, que ocupou os salões do MAM-Rio nos meses de dezembro e janeiro.Carmen continua – Entre trajes, jóias, partituras, discos, artigos de jornais, capas de revistas e fotos somam-se quase 700 peças, muitas inéditas. Um dos destaques é a série feita pela fotógrafa Annemarie Heinrich, alemã radicada em Buenos Aires, que conheceu Carmen durante a primeira temporada de shows da cantora na cidade, em 1931. Foi entre 1929 e 1939 que Carmen se transformou na Pequena Notável – apelido dado pelo radialista César Ladeira –, musa do rádio nacional.
A trajetória de Carmen foi traçada de forma não-linear, sem começo e fim definidos. “A linha é sinuosa, curvilínea, como as coreografias de Carmen. O desenho da exposição é circular. Começa e acaba em si mesma porque Carmen não acabou, continua dentro de nós”, pondera o diretor de arte da mostra, Cláudio Amaral Peixoto. “O espaço em São Paulo é um pouco menor do que o do Rio, mas isso vai fazer com que a exposição fique mais compacta, envolvendo o visitante de maneira mais intensa”, conclui. SERVIÇO
Carmen Miranda para Sempre
De 8 de março a 16 de abril
Galeria Marta Traba – Fundação Memorial da América Latina
Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664 – Barra Funda – capital
Te
03/01/2006
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