Cultura: Encontro de violonistas reuniu mais de 400 estudantes em Tatuí
Encontro ofereceu palestras, masterclasses, recitais e concertos.
O Encontro Internacional de Violonistas, entre 20 e 23 de abril, superou as expectativas do Conservatório Dramático e Musical Doutor Carlos de Campos, em Tatuí. Mais 400 estudantes de várias partes do Brasil e de outros países participaram da primeira edição do evento.
Realizado pelo Conservatório, reconhecido como a maior escola de música com ensino gratuito da América Latina, o encontro ofereceu aos inscritos mais que palestras, masterclasses, recitais e concertos. Foram experiências trocadas com grandes nomes da área musical.
No palco do Teatro Procópio Ferreira, os estudantes tiveram a oportunidade de “experimentarem” os violões expostos por três dos principais luthiers do Brasil: Luiz Carlos Pepinelli, Antonio Tessarin e Joacir Ribeiro de Carvalho. Também prestigiar importantes apresentações como a do escocês Paul Galbraith, que raramente vem a Brasil; o argentino Eduardo Isaac e os brasileiros Henrique Pinto, Eduardo Meirinhos e Paulo Porto Alegre.
Foram momentos diferentes e interessantes: Paulo Porto Alegre, por exemplo, apresentou uma palestra sobre Radamés Gnatalli, cujo centenário de nascimento é comemorado em 2006. Já Eduardo Isaac e Eduardo Meirinhos apresentaram outras performances.”Quando soube que o número de inscritos era 410, 'gelei' de surpresa e de gratidão pelo esforço que tem sido feito pelo violão por aqui", afirmou Eduardo Isaac.
Meirinhos, destacou-se pela expressão corporal diferenciada e peculiar. Depois de apresentar palestra na qual "denunciou" as diferenças dos originais de clássicos de Villa-Lobos e a forma como são tocados, apresentou recital com obras de Villa-Lobos e Radamés Gnatalli. Sua execução no instrumento, fez com que voltasse ao palco três vezes para atender ao "bis". "Preciso confessar que quando fui convidado não tinha a idéia da amplitude deste evento em termos numéricos. Estou gratamente surpreso com o carinho do público e acredito que a organização deste evento não deixou nada a dever a outros eventos nacionais e internacionais que ocorrem em outros países”, declarou Meirinhos.
Já o escocês Paul Galbraith surpreendeu aos participantes com seu violão peculiar. Ele executou peças de Rameau, Frank Martin, Mozart, Bach e Ravel. O público foi ao êxtase e o violonista teve que "recusar", com a educação de um lord inglês, o quarto "bis".
Após o concerto, Galbraith disse estar feliz pelo fato do violão clássico "receber atenção" e, também, que o encontro "revitalizou o instrumento". "Não só no Brasil mas em qualquer país é difícil um violonista desenvolver um trabalho exclusivo na música clássica. O violão ainda é um instrumento colocado à parte pelos próprios músicos. Aqui, vimos que é possível se organizar um encontro não somente 'para inglês ver'", brincou ele.
Para Everton Gloeden, integrante do Quarteto Brasileiro de Violões, grupo que encerrou as apresentações: "Foi uma grande surpresa ter tantos alunos interessados, já que o violão clássico vive uma pequena crise e muita gente acha que ele está morrendo”, disse.
O evento foi organizado com objetivos de integrar estudantes e consolidar o
04/25/2006
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