Cursos de pós-graduação crescem de 23% em três anos
O Sistema Nacional de Pós-Graduação teve crescimento de aproximadamente 23% no último triênio. Esta é uma das conclusões da Avaliação Trienal 2013, cuja divulgação aconteceu na tarde desta terça-feira (10) na sede da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) em Brasília. A região Norte foi a que teve maior crescimento de cursos de mestrado e doutorado, 40%.
Na Avaliação Trienal 2013, referente ao período de 2010 a 2012, foram analisados 3.337 programas de pós-graduação, que compreendem 5.082 cursos, sendo 2.893 de mestrado, 1.792 de doutorado e 397 de mestrado profissional. O processo foi realizado durante o período de 30 de setembro a 25 de outubro, quando cerca de 1.200 consultores estiveram reunidos na Capes, distribuídos nas comissões de área de avaliação.
Para o Ministro da Educação, Aloizio Mercadante, os resultados da Avaliação apontam para a evolução do sistema de pós-graduação em direção à qualidade. “Comparando com a Avaliação de 2010, podemos perceber como o modelo é consistente, não há mudanças significativas, o sistema possui uma trajetória constante de expansão e melhoria”, enfatizou.
Crescimento
O desenvolvimento do sistema se deu em todas as regiões do Brasil. A região Norte teve 40% de crescimento, seguida pelo Centro-Oeste com 37% e Nordeste com 33%. Sul e Sudeste, regiões com maior número de programas de pós-graduação, tiveram crescimento de 25% e 14%, respectivamente.
De acordo com Mercadante, esse crescimento é fruto do esforço de desconcentração da educação superior que o Ministério da Educação tem realizado nos últimos dez anos. “Queremos mudar a realidade recente de estados do Brasil que possuíam menos programas de pós-graduação que uma instituição de ensino superior em São Paulo”, afirmou.
Para isso, o ministro destacou os avanços que podem ser percebidos no resultado da avaliação. “Formamos 10 mil pós-graduados a mais em dois anos. Trata-se de uma fantástica evolução, acompanhada pela produção intelectual. Estamos formando mais, produzindo mais e avançando na produção técnica”, conclui.
O crescimento da pós-graduação brasileira também pode ser percebido em outros indicadores, como a produção intelectual e o número de mestres e doutores titulados. Dados de produção intelectual apontam um aumento de 34% na publicação de artigos em periódicos científicos (171.969, em 2012) e no número de estudantes que obtiveram título de mestre ou doutor, que saltou de 50.411 em 2010 para 60.910 em 2012.
Notas
Os programas avaliados receberam conceitos na seguinte escala: 1 e 2, que descredenciam o programa; 3, que significa desempenho regular, atendendo ao padrão mínimo de qualidade; 4 é considerado um bom desempenho, e 5 é a nota máxima para programas com apenas mestrado. Conceitos 6 e 7 indicam desempenho equivalente ao alto padrão internacional. A cada três anos, todos os cursos em funcionamento são reavaliados.
Entre os critérios da avaliação estão a infraestrutura, a proposta do programa, análise do corpo docente e discente e produção intelectual. Segundo o presidente da Capes, Jorge Almeida Guimarães, um ponto importante da avaliação é a inserção social do curso. “Analisamos, por exemplo, a integração do programa de pós-graduação com a educação básica e a formação de professores para esse segmento. Também incentivamos que cursos consolidados e mais bem avaliados auxiliem programas mais recentes”, explicou.
Apenas 1,8% dos cursos avaliados em 2013 receberam conceitos 1 e 2. A maioria dos programas de pós-graduação, cerca de 68% do total, tem as notas concentradas nas notas 3 e 4. A análise das notas demonstra também a estabilidade do sistema. Em relação à nota obtida na avaliação anterior, 69% dos programas mantiveram o conceito obtido em 2010, 23% aumentaram de nota e apenas 8% diminuíram.
Histórico
A avaliação da pós-graduação stricto sensu é realizada pela Capes desde o ano de 1976. Ao longo de quase 40 anos, se consolidou como instrumento de grande importância para o Sistema Nacional de Pós-Graduação e para o fomento, tanto por parte das agências brasileiras, vários setores governamentais e não governamentais, bem como dos organismos internacionais.
A avaliação periódica, realizada a cada três anos, resulta em notas que são homologadas pelo Conselho Técnico-Científico da Educação Superior (CTC-ES) da Capes. Os resultados da avaliação fundamentam a deliberação do Conselho Nacional de Educação (CNE) sobre quais cursos obterão a renovação de reconhecimento para a continuidade de funcionamento.
Reconsideração
O resultado será oficiado às pró-reitorias das respectivas instituições de ensino superior, acompanhado das fichas individualizadas de cada programa de pós-graduação. No ofício constarão orientações acerca de prazo e forma de apresentação de eventuais pedidos de reconsideração.
Fonte:
Ministério da Educação
10/12/2013 20:53
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