Depoimentos de Perillo e Agnelo marcam semana da CPI do Cachoeira



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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista que investiga Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, terá uma semana decisiva, com o depoimento dos governadores Marconi Perillo (PSDB-GO) e Agnelo Queiroz (PT-DF). Deputados e senadores também têm reunião marcada para votação de requerimentos, entre os quais os que pedem a convocação do ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) Luiz Antônio Pagot e do dono da Delta Construções, Fernando Cavendish.

O primeiro compromisso da CPI será na terça-feira (12), quando vai ser ouvido o governador de Goiás, Marconi Perillo. O depoimento está marcado para as 10h15, na sala 2 da Ala Nilo Coelho do Senado. Perillo terá de esclarecer detalhes da venda da casa onde Cachoeira foi preso pela Polícia Federal (PF), em fevereiro deste ano, durante a Operação Monte Carlo.

A CPI já ouviu duas pessoas sobre o assunto. O ex-vereador Wladimir Garcez declarou que comprou a residência de Perillo. Mas, como não dispunha dos R$ 1,4 milhão cobrados, tomou o dinheiro emprestado com Cachoeira e com Cláudio Abreu, ex-diretor da Delta no Centro-Oeste. A compra teria sido efetivada com três cheques, os quais, segundo a PF, foram assinados por um sobrinho de Cachoeira.

Na semana passada, o empresário Walter Paulo Santiago deu outra versão para o negócio, afirmando que comprou a casa pagando R$ 1,4 milhão em dinheiro vivo, em notas de R$ 50 e R$ 100 guardadas “em pacotinhos”. Ainda segundo Walter, a compra se deu por intermédio de Wladimir Garcez e o dinheiro foi entregue a ele e ao ex-assessor de Perillo Lúcio Gouthier Fiúza, que foi exonerado no último dia 6.

Nesta semana, o advogado de Perillo, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, disse que o governador fez a venda do imóvel de forma legal, recebeu os cheques de Wladimir Garcez e apenas os depositou, sem, no entanto, preocupar-se de quem eram.

Outra questão a ser explicada pelo governador diz respeito à denúncia do radialista Luiz Carlos Bordoni de que teria recebido dinheiro da Alberto & Pantoja Construções como pagamento por serviços prestados à campanha de Perillo para o governo de Goiás. Segundo a polícia, a Pantoja é uma empresa de fachada do esquema criminoso de Cachoeira, destinada à lavagem de dinheiro.

Deputados e senadores também devem fazer perguntas sobre a ex-chefe de gabinete de Perillo Eliana Gonçalves Pinheiro. Segundo a PF, ela mantinha contato com Cachoeira e chegou a receber informações sobre investigações que beneficiavam políticos ligados ao investigado. Gravações telefônicas revelam que Eliane avisou ao prefeito de Águas Lindas de Goiás (GO), Geraldo Messias, aliado de Marconi, que agentes fariam uma busca na residência dele. Após a divulgação das gravações, Eliana pediu exoneração.

Agnelo

O depoimento do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT) será na quarta-feira (13), também às 10h15. Ele deve ser questionado a respeito de denúncias de favorecimento à Delta em contratos de recolhimento de lixo em Brasília e região. Nesta semana, o governo local anunciou a rescisão dos contratos com a Delta, alegando que a empresa foi desclassificada de licitação realizada em 2007 e só realizava o serviço graças a uma liminar. Outras duas empresas assumirão os contratos.

De acordo com a Polícia Federal, assessores de Agnelo foram flagrados em conversas telefônicas que insinuam o pagamento de propina para a manutenção do contrato com a empresa. Depois que as denúncias vieram à tona, o chefe de gabinete Cláudio Monteiro e o subsecretário João Carlos Feitoza, também conhecido como Zunga, deixaram o governo.

Requerimentos

A CPI do Cachoeira tem 194 requerimentos aguardando para serem votados. Parte deles deve ser analisada na quinta-feira (14). Entre os documentos, estão nove pedidos de convocação do ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot.

Também constam pedidos de convocação do dono da Delta Construções, Fernando Cavendish, além de quebras de sigilos bancário, fiscal e telefônico de várias empresas suspeitas de participação no esquema do contraventor goiano.



08/06/2012

Agência Senado


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