Desmatamento cai 48% de agosto de 2009 a julho de 2010, apesar das queimadas



O desmatamento na Amazônia caiu 48% de agosto de 2009 a julho de 2010, na comparação com o mesmo período entre 2008 e 2009. O levantamento foi divulgado nesta terça-feira (31), pelo Ministério do Meio Ambiente. Os dados são do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
 
Nesses últimos 12 meses (agosto de 2009 a julho de 2010), os alertas emitidos pelo sistema Deter corresponderam a 2.295,87 km². No período anterior havia apontado 4.375,15 km². Os números são importantes indicadores para os órgãos de controle e fiscalização. No entanto, para computar a taxa anual do desmatamento por corte raso na Amazônia, o Inpe utiliza o Prodes, que usa imagens de melhor resolução espacial capazes de mostrar pequenos desmatamentos.  No final do ano, será divulgada a estimativa para o período de agosto de 2009 a julho de 2010 computada por esse sistema.
 
O MMA ressaltou que, a nova queda do desmatamento em julho, registrada pelo Deter, está sendo divulgada pelo Inpe em meio a uma onda de incêndios pelo País, o que pode indicar não haver mais uma relação tão forte entre queimadas e desmatamento na Amazônia. A expectativa é de que o desmate diminua ainda mais até o fim do ano, de acordo com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
 
Para ela, desta vez os resultados estão bem mais próximos de refletir a realidade. A cobertura de nuvens chegou a 29%, mas foi detectada fora das áreas críticas, aonde vêm ocorrendo os maiores focos de desmatamento há vários anos. Foi desmatada uma área total de 485 Km2, dos quais mais da metade no estado do Pará, que perdeu 237 Km2 de sua cobertura vegetal. Comparado com igual período anterior, a área desmatada caiu de 4,4 mil hectares para 2,3 mil.
 
A expectativa do MMA é de que os dados divulgados, que já confirmam a forte tendência de queda, devam ser confirmados pelo Prodes. Nesse sistema de monitoramento aparecem áreas menores, de at 2,5 hectares, que são consolidados, dando um quadro mais fiel do desmatamento. O Deter foi aprimorado com a entrada em operação de imagens de um novo satélite, que não depende da cobertura de nuvens para detectar focos de incêndio. Mas tem limitações, por ser destinado a direcionar as áreas de controle do desmatamento e não captar áreas menores.
 
O MMA diz ter razões de sobra para comemorar as sucessivas quedas. Até mesmo nas regiões de Novo Progresso, em 80%, e na Flona Jamanxim, com queda de 93%. O resultado atribuído ao sucesso das operações Boi Pirata 1 e 2, que retirou mais de três mil cabeças de gado que eram criadas em áreas da reserva e ao combate extração de madeira na áreas. O que ainda preocupa o ministério são as margens das rodovias que estão em fase de pavimentação. Enquanto o desmatamento cai em vários estados, apresenta tendência de alta no Amazonas. Agora o desmatamento cresceu em Apu, municio às margens da BR319, que liga Porto Velho a Manaus.
 

Fonte:
MMA
Inpe

 



01/09/2010 10:36


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