Desvalorização do real está de acordo com o que governo considera adequado, diz Tesouro Nacional



A desvalorização do real ante o dólar ocorrida nos últimos dias está “em linha com o que o governo considera adequado”, informou o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, nesta quarta-feira (14). De acordo com o secretário, o real sobrevalorizado é um problema para o País, porque encarece as exportações brasileiras, entre outras consequências.

“O governo sempre se preocupou com o excesso de valorização do câmbio”, disse Augustin. Ele afirmou que, mesmo com as recentes valorizações do dólar, a crise internacional continua a ser uma preocupação muito grande do governo brasileiro, que vem monitorando a situação externa, principalmente da Europa, com atenção. “Não devemos nunca subestimar os efeitos disso, mas até o momento a nossa opinião é que o Brasil, com os fundamentos que tem, com as condições que tem, vai continuar a ter uma reação positiva e sem maiores traumas nesta crise internacional”.

Sobre a ajuda do Brics (grupo formado pelo Brasil, pela Rússia, pela Índia, pela China e pela África do Sul) aos países da Europa, o secretário não quis antecipar como será a contribuição do País, tampouco se o Fundo Soberano [economia do governo para momentos de crise] poderá ser utilizado para adquirir títulos europeus. Ele lembrou que o assunto será discutido entre os integrantes do Brics na próxima semana, em Washington, nos Estados Unidos.

Arno antecipou que o resultado de agosto do Governo Central (Previdência Social, Tesouro Nacional e Banco Central), a ser divulgado na próxima semana, não será tão elevado como no mês de julho. “O superavit é diferente a cada mês. Vamos ter resultado positivo, mas o mês [agosto] tradicionalmente não é forte”. Em julho, o Governo Central registrou superavit primário de R$ 11,184 bilhões.

O secretário anunciou que o Tesouro Nacional avalia a possibilidade de fazer novas emissões de títulos públicos federais no mercado internacional, mesmo com a crise global. De acordo com ele, “os extraordinários fundamentos do Brasil colocam as emissões como uma possibilidade”.

As operações de lançamentos de títulos servem, entre outros objetivos, tanto para captar recursos, quanto para avaliar a receptividade dos papéis do governo e das empresas no mercado financeiro, criando parâmetros para novas emissões.

 

Fonte:
Agência Brasil



14/09/2011 17:28


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