Dilma 'é refém' do ministro do Trabalho, diz Aloysio Nunes



O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) afirmou, nesta quarta-feira (18), que a presidente Dilma Rousseff encontra-se “refém” do ministro do Trabalho, Manoel Dias, envolvido recentemente em acusações de supostas irregularidades na pasta.

Aloysio Nunes citou entrevista de Manoel Dias ao jornal O Globo desta quarta, na qual o ministro do Trabalho garante que “não vai pedir demissão do cargo porque conta com o apoio de 99% do partido [PDT]”. Diz ainda, registrou o senador, que “se Dilma ousar demiti-lo, sairá atirando e tomará providências impublicáveis”.

– A quem o ministro está ameaçando? Será que ele está pedindo uma espécie de delação premiada às avessas, em que o acusado por determinado ilícito diz o que sabe e aponta os seus cúmplices, em troca da complacência do julgador? Talvez esteja trocando seu silêncio pela permanência do cargo. A quem ele está ameaçando? Seguramente, não a nós, do PSDB – afirmou.

Aloysio Nunes disse que não se pode imputar aos militantes do PDT nenhum tipo de conduta que cause vergonha do ponto de vista da ética publica. O senador observou, porém, que o ministro do Trabalho está sendo acusado “pelo conjunto da obra, por coisas que ocorreram no seu ministério ao longo dos anos, que teriam sido ou patrocinadas ou pelo menos toleradas por correligionários seus, e até mesmo por ele, antes que a coisa viesse a público” em decorrência de investigação da Polícia Federal.

Ao imputar a responsabilidade por convênios assinados a governadores estaduais de diversos partidos, disse Aloysio Nunes, “o ministro está consagrando a tese de que os presidentes da República, no caso Lula e Dilma, são também responsáveis pelas falcatruas ocorridas e comprovadas no Ministério do Trabalho ao longo desses últimos anos”.

Para Aloysio Nunes Ferreira, as denúncias que envolvem o Ministério do Trabalho expõem uma fragilidade política “iniludível”, que se confirma a cada minuto que o ministro continua no cargo, além do estado de degradação política a que o governo chegou, “mercê dessa colcha de retalhos, desse ajuntamento mal feito de interesses contraditórios e nem sempre republicanos que recebe o nome, sob o governo petista, de presidencialismo de coalizão”.



18/09/2013

Agência Senado


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