Diretor do Unitar visita Senado



O diretor-executivo do Instituto das Nações Unidas para Formação e Pesquisa (Unitar), economista Carlos Lopes, visita nesta quinta-feira (15) o presidente do Senado, Renan Calheiros, com quem conversará sobre o estreitamento de relações entre a organização que representa e o Legislativo brasileiro. Ele vem acompanhado do secretário de Planejamento de Alagoas, Sérgio Moreira, que conhece seu trabalho como representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) no Brasil.
Natural da Guiné-Bissau, Carlos Lopes é especializado em desenvolvimento e planejamento estratégico e seu trabalho inclui a reforma do sistema de avaliação do PNUD, que contribuiu para o novo desenho da cooperação técnica internacional em vigor. Ele representou o PNUD no Brasil até assumir o cargo de subsecretário-geral da ONU e, na condição de assessor direto do ex-secretário-geral Kofi Annan, atuar na solução de conflitos internacionais.
Como Renan Calheiros, Carlos Lopes tem alertado para os efeitos da violência no crescimento econômico, dizendo que a segurança é essencial para a criação de empregos. Autor de proposta de emenda à Constituição para garantir a segurança jurídica dos contratos privados, o presidente do Senado também defende a criação de um clima favorável para quem investe no Brasil. Para Renan, não se pode falar em crescimento em um ambiente que revele instabilidade nas relações sociais. "Se as pessoas não tiverem certeza da segurança de suas vidas, como vão investir na sociedade?", questiona Renan.
Em recente entrevista concedida ao jornal O Globo, Carlos Lopes afirmou, com igual preocupação, que as áreas mais deprimidas economicamente no mundo são freqüentemente as mais carentes de segurança pública. Além disso, observou que o mercado de trabalho hoje discrimina intensamente os cidadãos produtivos dos menos produtivos, e defendeu que o Estado deve trabalhar contra esse desequilíbrio.
Nessa entrevista, o economista elogiou o programa Bolsa-Família conduzido pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva, observando que a iniciativa reduz desigualdades, diminui níveis de pobreza, estabiliza a presença da criança na escola e redistribui recursos públicos. Carlos Lopes considera injustas as críticas contra essa transferência de renda para a população pobre, alegando que a camada mais rica da sociedade brasileira já recebeu muito dinheiro subvencionado, como, por exemplo, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), citou no jornal.
Mas, ao mesmo tempo, o economista recomenda a evolução do programa Bolsa-Família. Em sua opinião, depois de receber incentivos para freqüentar a escola e vacinar-se, a população de baixa renda tem de ser estimulada a realizar empreendimentos ou outras formas de trabalho, até de natureza cívica, como limpar ruas ou ocupar-se de tarefas concernentes à proteção ambiental. Carlos Lopes defende, ainda, a adoção de programas que integrem a população de baixa renda ao sistema econômico.
Na opinião do secretário de Planejamento de Alagoas, no período em que foi subsecretário da Organização das Nações Unidas e representante residente do PNUD no Brasil, Carlos Lopes foi um advogado dos interesses brasileiros no mundo. "Carlos Lopes trouxe a África para mais perto de nós e nos ajudou a entender o quanto somos próximos daquele continente. No contexto de sua atuação, foi um dos pioneiros em chamar a atenção para a importância de o Brasil posicionar-se de forma pró-ativa no âmbito da Cooperação Sul-Sul", declara Sérgio Moreira.
Além de visitar o Senado, Carlos Lopes lança, à noite, na Livraria Cultura, em Brasília, o livro Desenvolvimento para Céticos - como melhorar o desenvolvimento de capacidades, que escreveu juntamente com Thomas Theisohn. O co-autor foi assessor do Grupo de Desenvolvimento de Capacidades do PNUD até 2005. O livro foi publicado originalmente pelo PNUD e está sendo lançado em português pela Editora Unesp.

14/03/2007

Agência Senado


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