Dirigentes de instituto chinês de qualidade visitam o Ipem
Objetivo foi conhecer o funcionamento do Ipem e trocar experiências na área do controle da qualidade
O Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo (Ipem-SP), autarquia vinculada à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, recebeu na última sexta-feira, 6, a visita da delegação do Departamento de Qualidade e Supervisão Técnica do Município de Xangai.
A cidade de Xangai é a maior da China e uma das quatro que tem o status de Província. A delegação foi composta pela diretora no setor de padronização, Senhora Xie Yan, mais três diretores, equivalentes aos nossos chefes de regionais, além de dois técnicos de laboratórios, e um assistente da instituição que tem uma função semelhante no país asiático à exercida pelo Ipem em São Paulo. Também participou da reunião o vereador Joogi Hato, responsável pela vinda dos chineses ao Brasil, depois de passar por duas instituições de metrologia em Cuba e no México.
A finalidade da visita foi conhecer o funcionamento do Ipem e trocar experiências na área do controle da qualidade, além de estreitar as relações visando possíveis parcerias futuras. A delegação chinesa foi recepcionada pelo diretor de Metrologia e Qualidade do Ipem Antônio Cortazzo e pelo representante da Diretoria Jurídica, advogado João Joaci Ricarte Filho.Na reunião, que durou cerca de duas horas, foram apresentados o papel do Ipem, a estrutura organizacional e as principais atividades do instituto no Estado. O diretor de Metrologia e Qualidade chamou a atenção para semelhanças no relacionamento entre o Ipem e o Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro) adotado no Brasil, no qual o Ipem é a parte fiscalizadora e o órgão Federal é parte legisladora, e o sistema utilizado na China pelo Departamento de Qualidade de Xangai.
Segundo Antônio Cortazzo, a identidade entre os organismos chineses e brasileiros ocorre porque China e Brasil são signatários da Organização Internacional de Metrologia Legal (OIML) e participam dos mesmos comitês técnicos responsáveis pelos consensos internacionais na comunidade de metrologia legal. “Tecnicamente, somos iguais em legislação”, ressaltou Cortazzo.
Barreiras
A principal indagação da delegação chinesa girou em torno do tema barreiras técnicas ao comércio. Os visitantes queriam saber a respeito da experiência brasileira em lidar com as dificuldades encontradas pelas empresas exportadoras.Antônio Cortazzo informou que todas as dificuldades são relatadas ao Inmetro o qual se reporta à Organização Mundial do Comércio (OMC), responsável, entre outros atributos, pela harmonização da regulamentação técnica metrológica internacional.Para cada produto importado, segundo afirmou Cortazzo, existe no Brasil um comitê dentro da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para atualizar as normas nos vários segmentos, seja na área da saúde, metalurgia, etc.. “Quando surge um problema, isso é resolvido nesses grupos”, explica.
O diretor de Metrologia e Qualidade do Ipem citou o exemplo dos preservativos nacionais como um caso bem sucedido de harmonização das normas para colocação do produto no mercado nacional.“No caso dos preservativos, fizemos vários relatórios e conseguimos um documento utilizado em 180 países da Organização Internacional para Padronização (ISO). O modo como são fabricados os preservativos não muda nesses países. O que difere é a embalagem. No Brasil, antes que o produto seja enviado para cá, é necessário que as informações estejam em português.”De acordo com Cortazzo, a padronização, por meio das normas, é o melhor caminho, indicado pela OIML, para lidar com as barreiras técnicas impostas aos países menos desenvolvidos.
“Antes de colocar no mercado, é necessário atender os requisitos, as normas técnicas e a legislação do país destinatário. Isso é válido tanto no caso do Brasil quanto da China. O tratamento de normalização ajuda a lidar com as barreiras técnicas”, resume. A reunião terminou com um convite feito pela Senhora Xie Yan para que técnicos do Ipem visitassem o Departamento de Qualidade e Supervisão Técnica do Município de Xangai. A gentileza foi retribuída por Antônio Cortazzo que convidou a delegação, em uma próxima oportunidade, a permanecer mais tempo no Ipem, acompanhando a “fiscalização nas ruas” e conhecendo o Centro Tecnológico.
“Eu acredito que num futuro próximo faremos um intercâmbio cada vez maior, com técnicos dos dois países passando pelo menos seis meses nos laboratórios. Estamos apenas no início de um namoro entre Brasil e China. Temos muito a aprender uns com os outros e para isso precisamos estreitar o relacionamento”, concluiu o diretor do Ipem-SP.
Do Ipem-SP
06/09/2008
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