ECONOMISTA DIZ QUE 10% MAIS RICOS TÊM RENDA MENSAL SUPERIOR A R$ 1.200



Em exposição feita à Comissão de Erradicação da Pobreza, na tarde desta quinta-feira (dia 23), o economista Rodolfo Hoffmann, da Universidade de Campinas, afirmou que os brasileiros com renda mensal superior a R$ 1.200 estão entre os 10% mais ricos da população nacional economicamente ativa e dispõem de 47,2% da renda total. Os dados primários analisados por Hoffmann são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 1997, realizada pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (FIBGE).
A partir dessa fonte, o pesquisador mostrou que, em 1997, a renda média mensal de 61 milhões de pessoas economicamente ativas e com rendimentos positivos foi de R$ 545, sendo que 50% desse total auferiam apenas R$ 273. Apenas 1% somaram rendimentos superiores a R$ 4.500.
Rodolfo Hoffmann enfatizou, no entanto, que os dados do PNAD têm várias limitações e devem ser corrigidos em percentuais que variam de 50 a 80%, "porque a renda declarada é sempre substancialmente menor e, quanto mais rico, maior a subdeclaração da renda". Um indicador da necessidade de correção dos dados do PNAD estaria, ainda, no fato de os totais de rendimentos serem muito inferiores aos totais dos valores de produção registrados nas contas nacionais.
Outro indicador destacado por Hoffmann foi o da renda média familiar per capita, no valor de R$ 243,7 em 1997. Noventa por cento dos mesmos 61 milhões de brasileiros tinham então uma renda média per capita mensal inferior a R$ 533. A desigualdade na distribuição da renda é bastante semelhante num ou noutro indicador, revelando grande concentração em contingentes restritos de pessoas, enfatizou, mesmo com as restrições que caracterizam a base de dados do IBGE.

23/09/1999

Agência Senado


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