Eduardo Azeredo requer voto de pesar pelo falecimento de Murilo Macedo
Ao requerer que o Senado envie à família do ex-ministro do Trabalho Murilo Macedo, que faleceu em 26 de agosto, votos de profundo pesar, o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) disse que a trajetória de vida do ex-ministro inspira os caminhos do entendimento e da negociação para a prática da política e para o exercício do governo.
O senador citou matéria da revista IstoÉ, publicada em 21 de outubro do ano passado, segundo a qual, quando Murilo Macedo foi ministro, de 1979 a 1985, no governo do general João Baptista Figueiredo, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC -era um barril de pólvora-. Ainda conforme a reportagem, para evitar um confronto sangrento quando 120 mil manifestantes protestavam no Estádio de Futebol da Vila Euclides, em São Bernardo do Campo, no 1º de maio de 1980, e helicópteros do Exército começaram a sobrevoar o local para intimidar os trabalhadores, o ex-ministro procurou o então chefe da Casa Civil, Golbery do Couto e Silva, pedindo-lhe que os helicópteros fossem afastados.
Na ocasião, afirmou o senador, Murilo Macedo conseguiu manter abertos os canais de diálogo do governo federal com as lideranças sindicais que, a despeito disso, o consideravam mais um -ministro do capital do que do trabalho-. Ao mesmo tempo, ele inspirava desconfiança na linha radical das forças militares que governavam o país, acrescentou.
Segundo Eduardo Azeredo, a reportagem da IstoÉ ilustra a disposição de Murilo Macedo para o diálogo com os encontros que manteve com o principal líder sindical à época, o atual presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com a revista, as reuniões sempre buscavam manter o entendimento, -ingredientes tão importantes na época para arrefecer os ânimos-, completou o senador, dizendo ter tido o prazer de conviver com o ex-ministro, já que este era da cidade natal do seu pai Renato Azeredo, Sete Lagoas, em Minas Gerais.
Em aparte, os senadores Arthur Virgílio (PSDB-AM) e Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) se somaram à homenagem prestada por Azeredo. O presidente da Casa, senador José Sarney, disse que o ex-ministro era um cidadão exemplar.
09/09/2003
Agência Senado
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