Eduardo: senador não se dobra por liberação de emendas



O senador Eduardo Siqueira Campos (PSDB-TO) afirmou, nesta sexta-feira (18), que, a partir da votação do novo salário mínimo, na quinta-feira (17), o governo vai entender que o debate no Senado se dá em outro campo.

- Não há que se falar em emendas, em cargos, não há esse poder sedutor em nenhum ministro ou presidente que possa suprimir a consciência dos representantes do povo eleitos para o Senado - garantiu.

Segundo Eduardo, o governo precisa estabelecer um novo relacionamento com o Senado, devendo ficar claro para o Executivo que "um senador não se dobra pela liberação de emendas" e que o Senado é um fórum importante, que examina o mérito das proposições. O representante do Tocantins destacou que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, talvez pelo fato de ter sido senador, promovia encontros e tardes de debate com os senadores.- Ele entendeu, desde o primeiro momento do governo, que o Senado é uma Casa de líderes amadurecidos por sua trajetória e que, na experiência dos senadores, há um vasto material de pesquisa e apoio para a construção da solução de diversos problemas.

Eduardo observou que o Senado, em que pese a tradição, mudou completamente. Segundo o senador, a Casa, hoje, é "jovem, nova, de esperança" e apresenta grande diversidade. Ele observou também que a Câmara vota as reformas enviadas pelo governo sem alterações e lembrou que a proposta de emenda à Constituição (PEC) paralela da reforma da Previdência, que atendeu a reivindicações dos trabalhadores, foi elaborada pelos senadores.

Em outro momento do discurso, Eduardo manifestou sua posição favorável à decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que reduziu o número de vereadores. Ressalvando que não desmerece a importância do vereador, o senador disse que não será o excesso ou a distorção que tornará o vereador mais nobre. Na opinião de Eduardo, há outras coisas mais dignas para defender, como o aumento do número de professores e de agentes de saúde e a compra de ambulâncias para a população.

- Diante da decisão do TSE, a Câmara fez uma PEC que restitui o número de vereadores. A Câmara aumenta o número de vereadores e não quer dar quinze reais para o trabalhador. Parece uma incoerência. Se multiplicarmos esses 15 reais por 34 milhões que vivem do salário mínimo, isso faz diferença na economia dos municípios - assinalou Eduardo Siqueira Campos, que foi aparteado pelos senadores Heráclito Fortes (PFL-PI), Alberto Silva (PMDB-PI), Lúcia Vânia (PSDB-GO) e Paulo Paim (PT-RS).



18/06/2004

Agência Senado


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