Efraim destaca crescimento das mortes violentas entre os jovens e pede criação de fórum
O senador Efraim Morais (PFL-PB), em discurso no Plenário nesta sexta-feira (2), citou dados publicados na imprensa mostrando que os índices de mortalidade por causa da violência, expressivo nas capitais e nos centros urbanos, vem crescendo também no interior do território brasileiro, e, principalmente, no Entorno do Distrito Federal. A região já ocupa o quarto lugar no segmento juvenil e o quinto entre os mais violentos do país. Para o senador, é preciso investir em educação e na criação de um grande fórum com a participação do Executivo, do Legislativo e do Judiciário, para encontrar soluções e definir ações contra a violência.
- De cada cem mil jovens, sessenta e cinco perdem a vida prematuramente, e a maioria são homens jovens, pobres e negros - disse Efraim, citando reportagem publicada pelo jornal Correio Braziliense sobre a violência no DF e no Entorno.
Em aparte, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) ressaltou que essa é uma "realidade preocupante, a violência crescente no Entorno", e afirmou que se a violência se intensificar na capital, há ainda riscos institucionais para o Brasil.
A situação não é diferente no resto do país, que repete a faixa etária e social principalmente atingida pela violência: homem jovem, negro e pobre. Estudos demonstram, disse Efraim, que é importante manter os jovens no sistema escolar pois, fora dele, tornam-se "caça do crime". A escola, destacou, tem de ensinar, e o estudante precisa ter certeza de que se qualifica para disputar bons empregos e ascender socialmente.
- Dez por cento do Produto Interno Bruto escorre pelo ralo da violência e o país arca ainda com o ônus previdenciário e hospitalar - afirmou.
Efraim citou ainda dados publicados pela colunista do Valor Econômico Maria Cristina Fernandes, criticando o baixo índice de crescimento do PIB durante a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A manutenção desses valores "alarmantes", disse o senador, é "um retumbante fracasso do governo"
- Não há dúvidas de que se trata de uma tragédia social - analisou.
O senador apelou para que o Executivo não contingencie os recursos do Orçamento para o setor de segurança e ressaltou que o presidente Lula não avançará muito sem integrar governadores e prefeitos, além do Judiciário e do Legislativo, em uma força-tarefa "para que todos juntos possamos construir o que espera a sociedade: ação".
02/03/2007
Agência Senado
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