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Em homenagem, Serra lembra heróis da Revolução de 1932

Governador recebeu colar Carlos de Souza Nazareh, nesta segunda-feira, 7, da Associação Comercial de São Paulo

O governador José Serra recebeu nesta segunda-feira, 7, o colar “Carlos de Souza Nazareth”, uma homenagem prestada pela Associação Comercial de São Paulo a pessoas que se destacam na prática de ações relevantes em prol do bem comum. A honraria foi entregue durante a solenidade de comemoração dos 76 anos da Revolução Constitucionalista de 1932.

O governador recebeu o colar do presidente da Associação Comercial, Alencar Burti, e manifestou seu orgulhoso em receber a honraria em alusão à Revolução de 32.  “Essa foi a maior revolução que houve em nosso território”, disse Serra. “Os integrantes da Associação Comercial do Estado de São Paulo interpretavam que produzir e gerar empregos exigiam normas claras e instituições sólidas. Essa razão levou a entidade a se engajar no movimento constitucionalista”, completou o governador,  em referência a significativa contribuição da entidade ao movimento.

Além do governador, também receberam a distinção o presidente do Tribunal de Justiça, o desembargador Roberto Antonio Vallim Bellocchi; o presidente da Assembléia Legislativa de São Paulo, deputado Vaz de Lima; e o prefeito da capital, Gilberto Kassab.

O colar foi criado em 2002 pela Comissão Cívica e Cultural da Associação Comercial de São Paulo. Carlos de Souza Nazareth era um jovem empresário que tomou posse na presidência da entidade em fevereiro de 1932, ano em que eclodiu o movimento constitucionalista. Nazareth engajou a entidade na luta pela reconstitucionalização do país, arrecadando recursos, chamando voluntários e organizando a logística das ações.

Após a derrota militar paulista, foi preso e deportado para Portugal, retornando ao Brasil somente dois anos depois, com a consolidação da legalidade no país. Foi eleito deputado estadual e deixou a vida política com o golpe de Getúlio Vargas, em novembro de 1937. Carlos de Souza Nazareth morreu em 28 de março de 1951, aos 52 anos de idade.

Nove de Julho

A Revolução Constitucionalista de 1932 foi um movimento armado ocorrido entre julho e outubro de 1932 e tinha por objetivo a derrubada do governo do presidente Getúlio Vargas. Ele havia assumido o poder em 1930, após uma revolução que colocava fim à hegemonia de Minas Gerais e São Paulo no poder.

Com um governo provisório, mas de amplos poderes, Vargas fechou o Congresso Nacional, aboliu a Constituição e depôs todos os governadores. Insatisfeita, a população iniciou protestos e manifestações, como a do dia 23 de maio, que terminou num conflito armado. A revolução então acabou eclodindo no dia 9 de julho, sob o comando dos generais Bertolo Klinger e Isidoro Dias.

O levante se estendeu até o dia 2 de outubro de 1932, quando os revolucionários perderam para as tropas do governo. Mais de 35 mil paulistas lutaram contra 100 mil soldados de Getúlio Vargas. Cerca de 890 pessoas morreram nos combates. Getúlio Vargas permaneceu no poder até 1945, mas já em 1934 era promulgada uma nova Constituição dando início a um processo de democratização.

Manoel Schlindwein

(I.P.)

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