Embaixadores defendem ampliação de presença de empresas brasileiras no Oriente Médio



A ampliação da presença no Oriente Médio de grandes empresas brasileiras - como a Petrobras e a Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) - foi defendida pelos embaixadores indicados para a Turquia, ministro de primeira classe Marcelo Andrade de Moraes Jardim, e para o Irã, ministro de segunda classe Antonio Luiz Espínola Salgado. As mensagens presidenciais contendo as duas indicações receberam, nesta terça-feira (29), parecer favorável da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), assim como a indicação da ministra de segunda classe Marília Sardenberg Zelner Gonçalves para o posto de embaixadora na Eslováquia.

Segundo Marcelo Jardim, a Petrobras já firmou contratos com a Turquia para explorar petróleo no Mar Negro e junto à fronteira com a Bulgária. A empresa tem um escritório em funcionamento na capital do país, Âncara, onde trabalham 66 funcionários.

A Embraer, por sua vez, já abriu dois escritórios no país - um para aviação militar, em Âncara, e outro para aviação comercial, em Istambul. Depois de disputar duas concorrências públicas, a empresa tem chance - segundo o embaixador - de obter nas próximas licitações uma fatia da aviação militar da Turquia.

A corrente de comércio entre os dois países vem registrando sucessivos recordes desde 2003. Nos 10 primeiros meses de 2007, as trocas alcançaram US$ 754 milhões, com saldo para o Brasil de US$ 421 milhões. O embaixador indicado disse que o foco de seu trabalho será a ampliação do relacionamento econômico e comercial. A mensagem contendo a sua indicação teve como relator ad hoc o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE).

Assim como no caso da Turquia, a Petrobras também já mantém escritório no Irã, como informou o embaixador indicado para aquele país, que é o quarto produtor mundial de petróleo. A empresa já explora jazidas no Golfo Pérsico e negocia com o governo iraniano a participação na exploração de campos no Mar Cáspio.

Mas não se pode ainda prever, conforme ressaltou Antonio Salgado, como será a ampliação da presença no país da Petrobras. Isso porque o governo dos Estados Unidos ameaça aplicar sanções a empresas que tenham negócios com o Irã, acusado por Washington de manter um programa nuclear clandestino com o objetivo de fabricar armas nucleares.

Nos anos de 2006 e 2007, o Irã foi o principal mercado para produtos brasileiros no Oriente Médio. O país já representa o sexto maior mercado consumidor de produtos do agronegócio brasileiro, como soja, açúcar, carne bovina, papel e celulose. O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) foi o relator ad hoc da indicação de Antonio Salgado.

As relações comerciais com a Eslováquia, por sua vez, são menos significativas e deficitárias para o Brasil. O Brasil exportou US$ 22 milhões para aquele país em 2007 e importou US$ 75 milhões. O principal foco do relacionamento econômico bilateral é o investimento da Empresa Brasileira de Compressores (Embraco), que abriu recentemente uma fábrica de compressores para refrigeração na região leste da Eslováquia.

Marília Sardenberg será a primeira embaixadora brasileira residente na capital do país, Bratislava. Até agora, o Brasil era representado na Eslováquia - que se separou da antiga Tchecoeslováquia, em 1993 - por suas embaixadas em Praga e Viena. A embaixadora - cuja mensagem de indicação teve como relator ad hoc o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) - anunciou sua intenção de desenvolver um "intenso programa cultural" bilateral, para que os dois países possam se conhecer melhor.

Paraguai

Durante a reunião, o presidente da CRE, senador Heráclito Fortes (DEM-PI), retirou-se por alguns minutos para receber o vice-presidente eleito do Paraguai, Federico Franco, que lhe fez um convite para que assista à posse do novo presidente do país, Fernando Lugo, no dia 15 de agosto.



29/04/2008

Agência Senado


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