Entidades promovem manifestação pela passagem do Dia Mundial de Luta contra a Aids
Entidades do Fórum ONGs/Aids do Distrito Federal promoveram, nesta sexta-feira (1º), uma manifestação na Esplanada dos Ministérios pela passagem do Dia Mundial de Luta contra a Aids. Na ocasião, foi exposta uma instalação, de autoria da diretora teatral e cenógrafa Bia Lessa, que reúne 12.090 estacas para representar o universo das pessoas vivas infectadas pela doença e das que se mobilizam contra o vírus HIV. O evento contou com a participação do ministro da Saúde, Agenor Álvares, e do secretário de Saúde do DF, José Geraldo Maciel.
Uma vista de cima da instalação possibilita a leitura de diversas mensagens, a exemplo da frase principal "eu me escondia para morrer e agora me mostro para viver", além de palavras como "amor" e "atenção". Acompanhada de Agenor Álvares, a diretorateatral também soltou quatro conjuntos de balões vermelhos que integravam a instalação e formavam o laço que representa o símbolo do combate à Aids.
- É uma coisa desde o micro, para quem quiser ver individualmente, até o macro. A inspiração foi alertar a sociedade. Então tivemos que fazer uma instalação com essa proporção para que ela pudesse ser vista do alto, como quem diz: 'isso é um alerta para o mundo', ou por um individuo que, olhando cada uma das estacas, pudesse vê-las como um compromisso individual ou coletivo. É fácil falar sobre a Aids, mas é necessário se engajar de fato nessa questão. Falta na sociedade uma junção, falta as indústrias, lojinhas e famílias perceberem as pessoas com Aids e as transformarem em pessoas como nós - disse a diretora.
Bia Lessa também explicou por que a instalação homenageia pessoas vivas que estão infectadas pelo HIV ou que se dedicam ao combate à Aids.
- Hoje em dia não há mais um grupo de risco. A doença é algo que existe como um todo, não faz sentido mais ter o preconceito. É necessário que você tenha atenção, que você se observe, porque os preconceitos estão de fato muito dentro da gente. É muito fácil falar que não tem preconceito, mas os preconceitos existem. A sociedade deve se juntar para que esses preconceitos possam diminuir. Não dá para separar quem tem Aids de quem não tem a doença. Separar já é um preconceito. A idéia é que as pessoas venham ver a instalação e escrevam os nomes nas estacas - explicou.
Em nota distribuída no evento, os manifestantes cobram a adoção de uma política de saúde para o tratamento da doença no Distrito Federal. Segundo eles, os 2.700 pacientes atendidos atualmente pela rede hospitalar local são assistidos por apenas seis infectologistas. Eles apontam a falta de especialistas em Neurologia, Proctologia, Oftalmologia, Psiquiatria e Dermatologia. Cobram também o repasse de aproximadamente R$ 4 milhões, que estariam retidos no Fundo de Saúde do DF em razão da burocracia prevista na transferência dos recursos.
A manifestação foi promovida por diversas entidades, entre elas o Grupo de Apoio à Prevenção à Aids do Distrito Federal (Gapa/DF), a Associação Brasiliense de Combate à Aids (Grupo Arco-Íris), o Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea), o Instituto Exército de Cristo (Inec), o Cidadãs Posithivas, o Instituto Cidade Saudável (Icisa) e o Grupo Estruturação.01/12/2006
Agência Senado
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