"Era FHC" proporcionou um lucro de R$21 bilhões aos 30 maiores bancos, diz Valadares
- Esse lucro não é proveniente da atividade de empréstimo ao setor produtivo, função precípua dos bancos. Em sua maior parte, veio das operações cambiais e do abatimento do imposto de renda dos custos com a compra dos bancos falidos, facilitado pelo Governo - acusou Valadares.
Os dados, esclareceu o senador, foram obtidos em reportagem publicada no Jornal do Brasil, baseada em estudo da consultoria Austin Asis. Valadares disse que o Plano Real nada mudou em termos da distribuição da renda nacional - pior, teria agravado o processo de transferência de rendas do setor produtivo para o financeiro.
Antonio Carlos Valadares advertiu para o fato de que os R$ 21 bilhões de lucro dos grandes bancos constituem, segundo o relatório da Austin Asis, um crescimento de 313% de dezembro de 1994 a dezembro de 2000.
- Para se ter uma idéia do absurdo a que chegamos, basta dizer que apesar do lucro líquido do Banco do Brasil ao longo dos nove primeiros meses deste ano ter alcançado a cifra de R$ 750 milhões, ele foi nada menos do que três vezes menor que o do Itaú ou do Bradesco, que são os dois maiores bancos privados nacionais - disse.
Com os lucros que o 30 maiores bancos tiveram "durante a era FHC", afirmou o senador, tendo por base o mesmo estudo, mais de um milhão de casas populares poderiam ser construídas, retirando da condição de sem-teto cerca de cinco milhões e duzentos mil brasileiros.
29/11/2001
Agência Senado
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