Escolaridade afasta jovens da construção civil, mostra pesquisa da FGV
O aumento da escolaridade está fazendo com que os jovens se afastem de trabalhos braçais e de baixa renda na construção civil. Segundo a pesquisa Trabalho, Educação e Juventude na Construção Civil, da Fundação Getulio Vargas, divulgada na terça-feira (5), o número de trabalhadores de 15 a 29 anos de idade no setor caiu de 34,2%, em 1996, para 28%, em 2009. O tempo médio de educação dos trabalhadores tem aumentado: os empregados da construção tinham 4,41 anos de estudo em 1996; em 2009, esse número passou para 6,35 anos.
“O jovem tem optado por qualificações menos braçais e mais escolarizadas. Essa situação pode gerar no futuro, devido à expansão desse setor, um apagão de mão de obra”, afirmou o coordenador da pesquisa, Marcelo Neri, do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
De acordo com o pesquisador, o setor terá de aumentar os salários, garantir direitos trabalhistas e investir em qualificação a fim de atrair mais jovens, para evitar falta de mão de obra. “Precisa qualificar mais o jovem. A construção civil é um dos três setores com menor qualificação profissional. É necessário alterar o modo de produção, com métodos menos braçais, mais rápidos, com mais tecnologia, até para a gente dar conta dos grandes desafios, como os eventos internacionais dos próximos anos”, disse.
Fonte:
Agência Brasil
06/04/2011 11:28
Artigos Relacionados
Pesquisa de ONG mostra que vítimas do tráfico de pessoas são jovens e têm baixa escolaridade
Sondagem mostra que construção civil está em desaceleração
Sondagem mostra desaquecimento da indústria da construção civil em abril
Reajustes salariais pressionam inflação na construção civil, mostra FGV
Pesquisa mostra aumento da capacidade de operação na indústria da construção
Construção civil foi o setor que mais contratou em junho, segundo pesquisa