Especial do D.O.: Saúde e IPT criam moderno sistema de dados para Central de Transplantes



Informações sobre doadores e receptores de órgãos serão cadastradas e atualizadas a partir dos hospitais

A Central de Transplantes do Estado dispõe, agora, de um dos mais modernos sistemas informatizados do mundo, com dados atualizados on-line a partir das unidades de saúde. As equipes que realizam transplante de coração são as primeiras a atuar com a nova ferramenta.

Antes, os formulários de inclusão de doadores e receptores de coração ou alteração de dados eram enviados dos hospitais, via fax ou correio, à Central de Transplantes, única responsável pelo cadastro. Com o novo esquema, acabam o acúmulo de papéis e a centralização do trabalho. As informações são registradas e atualizadas on-line, a partir da própria unidade de saúde.

Desenvolvido pelo HC de Ribeirão Preto, da Secretaria da Saúde, e pelo Instituto de Pesquisa Tecnológicas (IPT), o novo sistema permite a entrada de dados de receptores, doadores, exames laboratoriais e status de pacientes diretamente pela Internet.

"Escolhemos o coração para a primeira experiência porque o movimento de dados e as equipes de trabalho nesse tipo de transplante são menores", explica o coordenador da Central de Transplantes do Estado, Luiz Augusto Pereira. A previsão é que até o final do mês, ou no início de agosto, a ferramenta seja empregada também para cadastro de doadores e receptores de pulmão e pâncreas.

Sem erros

A central gerencia a doação e recepção cadastral do coração, pulmão, fígado, rim, pâncreas e córneas. Até dezembro, será utilizada na inclusão de dados referentes a todos esses órgãos. Em média, recebe 90 mil documentos de pacientes por ano, que resultava em 1 milhão de dados inseridos ou atualizados manualmente.

Com o novo sistema, as informações são cadastradas diretamente pelas equipes responsáveis pelos pacientes em cada hospital. Assim, evitam-se erros de digitação, duplicação, extravio de documentos e demora na inclusão de dados.

Os técnicos do IPT treinaram equipes de transplante do coração, previamente selecionadas nos hospitais de São Paulo, para estarem aptas a empregar a nova ferramenta. O mesmo será feito com todos os outros grupos de transplantes do Estado.

Os laboratórios de histocompatibilidade da capital (dois), Campinas (um) e Ribeirão Preto (um), responsáveis pela triagem de exames de sangue em doentes de rins e pâncreas, já têm acesso ao novo sistema.

A cada 90 dias, essas unidades emitem documentos para atualização de soro a 8 mil pacientes. "O fluxo de transplantes em São Paulo ganha mais credibilidade, agilidade e eficiência, já que todas as informações serão automaticamente atualizadas", afirma Pereira. Além disso, destacam a descentralização do cadastro dos dados e a definição de responsabilidades para os profissionais dos hospitais.

Consulta de lista 

Para ter acesso ao sistema, os representantes das organizações de procura de órgãos do Estado receberão nome de registro (login) e senha, além de cartão de segurança, sendo possível a entrada de dados de qualquer local onde tenha computador interligado à Internet.

Todos os acessos serão registrados e monitorados, permitindo controle total da central sobre as informações repassadas. Até o final do ano, os pacientes cadastrados na Central de Transplantes poderão consultar o site da Secretaria da Saúde e verificar prontuário completo, situação em lista de espera e outras informações. Atualmente, a pessoa consegue visualizar apenas sua posição na lista de espera.
07/20/2006


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