Especialistas discutem a ampliação competitividade das exportações brasileiras



Cerca de 2.800 líderes empresariais, autoridades governamentais e profissionais que atuam na área de comércio exterior participam, a partir desta quinta-feira (18), do 30º Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex 2011), no Rio de Janeiro. O evento é promovido pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) e tem como tema central a competitividade da economia brasileira.

O vice-presidente da AEB, Fábio Martins, disse que embora o governo venha se mostrando sensível a questões como a necessidade de desoneração da produção na área industrial, é preciso uma melhoria na infraestrutura, com destaque para portos, e na logística em geral.  

“Esses elementos vão permitir que o produto brasileiro ganhe competitividade e possa enfrentar a grande concorrência que existe no mundo, inclusive compensando a excessiva valorização da moeda”.

Segundo Martins, esses são os principais pontos defendidos pelas entidades que atuam no comércio exterior. Segundo a AEB, os temas são vitais para que a exportação brasileira recupere terreno, com destaque para a área de manufaturados, que enfrenta dificuldades para se manter competitiva no mercado internacional.

Outra preocupação que está sempre presente nos debates é a agregação de valor. Nesse aspecto, destacou Martins, sobressai a importância da inovação como elemento fundamental para a competitividade, na medida em que incorpora mais tecnologia ao processo produtivo e ao produto, gerando maior valor.

O vice presidente da AEB lembrou, entretanto, que o que ocorre hoje é que os valores que cada produto incorpora têm sido favoráveis às commodities (produtos agrícolas e minerais comercializados no exterior), que tiveram aumentos significativos de preço, o que estimulou os produtos a serem exportados na sua forma primária.

“O problema é que as commodities têm um comportamento de preço ditado pelas cotações internacionais, pelas bolsas de mercadorias, e isso acaba sendo uma formação de preço que não depende da ação do produtor, mas, sim, da própria lógica do mercado”.

A AEB continua defendendo que o melhor para o Brasil é incorporar mais tecnologia e vender produtos de maior valor agregado. “Mas, para isso, é preciso que as condições de competitividade favoreçam essa exportação”, observou Martins.

Outros fatores impedem a expansão do comércio exterior brasileiro. Entre eles, o vice presidente da AEB citou a elevada carga tributária, que tira a competitividade da empresa exportadora nacional. Outro problema é o excesso de burocracia. “Tudo isso acaba acarretando mais custo àquilo que se convencionou chamar de custo Brasil”.

Outros temas de interesse do setor serão debatidos no Enaex 2011, como defesa comercial, câmbio, modernização da aduana brasileira. Como já é tradição no Enaex, ao final do encontro serão elaboradas propostas para encaminhamento ao governo federal, “buscando equacionar essas dificuldades que enfrentamos nas exportações”, acrescentou Martins.

O encontro foi aberto às 9h, com pronunciamento do secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Alessandro Teixeira, sobre A Política de Desenvolvimento da Competitividade e o Comércio Exterior. À tarde, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, abordará o tema Inovar para Competir: Financiando a Incorporação Tecnológica. O Enaex 2011 vai até sexta-feira (19).


Fonte:
Agência Brasil



18/08/2011 10:57


Artigos Relacionados


Proposta do governo não basta para aumentar competitividade de multinacionais brasileiras, dizem especialistas

SUASSUNA DESTACA AÇÃO DA CAE PELA AMPLIAÇÃO DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS

Indústria brasileira está perdendo competitividade internacional, avisam especialistas

Exportações brasileiras têm saldo de US$ 1,740 bi em novembro

Exportações brasileiras somam US$ 5,069 bi no início de janeiro

Exportações brasileiras deixarão de ter benefício tarifário da UE