Estado de São Paulo atraiu em seis anos mais de US$ 115,5 bilhões em investimentos privados
Só no ano passado foram US$ 23,7 bilhões, 6% a mais do que o registrado em 1999
Só no ano passado foram US$ 23,7 bilhões, 6% a mais do que o registrado em 1999 A Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) divulgou nesta quinta-feira, dia 7, o relatório anual de investimentos privados anunciados no Estado de São Paulo em 2000. O valor registrado foi de US$ 23,7 bilhões, sendo 6% superior a 1999. Com isso, o total acumulado de investimentos privados de 1995, início da atual administração, até final de 2000, superou os US$ 115,5 bilhões, nos mais variados setores. O valor representa uma média anual de US$ 20 bilhões em investimentos. Todos os recursos anunciados foram atraídos para São Paulo sem que o Governo concedesse qualquer benefício fiscal para as empresas. Dos US$ 23,7 bilhões comprometidos pelo capital privado no ano passado, US$ 5,9 bilhões foram destinados aos municípios da Região Metropolitana de São Paulo, que apesar de ser a região com maior concentração de investimentos (25% do total), apresentou uma queda de 31% em relação a 1999. As cidades do Interior receberam US$ 11,7 bilhões (49% do total) e outros US$ 6,1 bilhões (26% do total) foram destinados para diversos municípios, sem que se pudesse distinguir o montante específico para cada localidade. O Interior confirma assim a sua tendência em aumentar a participação nos investimentos, principalmente no setor industrial. As principais razões são a infra-estrutura de transportes e telecomunicações, oferta de mão-de-obra qualificada e centros universitários e de pesquisa de nível internacional. Para o secretário de Economia e Planejamento, André Franco Montoro Filho, essa pesquisa é muito interessante por mostrar a atratividade de investimentos no Estado de São Paulo. “É um dado bastante importante para a potencialidade da economia paulista”, aponta. Montoro diz que os resultados demonstram a continuidade do processo de grandes investimentos em São Paulo, inclusive com aumento de volume, o que mostra que apesar das dificuldades que o Brasil atravessa, há uma confiança muito grande dos investidores no Estado. Segundo ele, as informações por regiões e por setores são de grande utilidade para análise e também para os empresários saberem onde os investimentos estão se localizando de forma que possam aplicar recursos complementares. Região de São José dos Campos supera a de Campinas O relatório divide o Estado em três blocos em relação à capacidade de atração de investimentos. As regiões administrativas com elevada capacidade de atração (acima de US$ 500 milhões), regiões com capacidade média (entre US$ 100 milhões e US$ 500 milhões) e regiões com baixa capacidade (abaixo de US$ 120 milhões). No primeiro bloco, além da Região Metropolitana, estão a Região de São José dos Campos, que pela primeira vez superou a Região de Campinas, com US$ 4,3 bilhões (18%), seguida da Região de Campinas, com US$ 3,8 bilhões (16%), Região Central (Araraquara e São Carlos), que é a primeira região que não faz fronteira com a Região Metropolitana de São Paulo a estar entre as primeiras, com US$ 1,1 bilhão (5%), Região Metropolitana da Baixada Santista, com US$ 834 milhões (4%), e Região de Sorocaba, com US$ 651 milhões (3%). No segundo bloco estão as regiões de Bauru, com US$ 458 milhões (2%), de Araçatuba, com US$ 215,5 milhões (1%) e de Ribeirão Preto, com US$ 102,5 milhões (0,4%). No terceiro bloco encontram-se as regiões de Presidente Prudente, Marília, São José do Rio Preto, Franca, Barretos e Registro (onde não foi constatado nenhum anúncio em 2000, de acordo com os critérios da pesquisa). O perfil dos investimentos A análise da Fundação Seade revela ainda que os investimentos industriais realizados no País, continuam concentrados no Estado de São Paulo, mas os serviços aparecem com forte crescimento. A Indústria recebeu US$ 14,6 bilhões (62%), a área de Serviços US$ 8,4 bilhões (35%) e o Comércio US$ 649 milhões (3%). Em relação a 1999, o setor industrial teve crescimento no anúncio de investimentos da ordem de 7%, o de Serviços 5% e do Comércio 13%. Por ramo de atividade, o setor automobilístico foi o campeão em investimentos, tendo recebido US$ 4,2 bilhões (18%), seguido do setor de telecomunicações, com US$ 4 bilhões (17%), e do setor de eletricidade e gás, com US$ 3,2 bilhões (14%). Também se destacam o setor Químico, com US$ 1,6 bilhão (7%) e o de Papel e Celulose, com US$ 1,2 bilhão (5%), saltando da 20ª posição em 1999 para a 5ª posição em 2000. A explicação é que o setor vinha operando no limite há cerca de três anos e em 2000 foram precisos investimentos para aumentar a capacidade produtiva, principalmente por causa das exportações. Em relação à origem do capital investido 38% são provenientes de empresa nacionais. Entre as empresas estrangeiras, destacam-se os Estados Unidos, com 15%. Em seguida vem a Alemanha, com 12,5%, Portugal, com 12% e Canadá, com 7%. Este ano, a pesquisa também apresenta a intensidade tecnológica dos investimentos. No setor industrial, 53% destinam-se a empresas de intensidade tecnológica alta e média alta. Nos Serviços, os subsetores de alta e média alta tecnologias responderam por 60% do total de investimentos. A pesquisa completa, com o perfil dos novos investimentos em São Paulo, estará à disposição a partir desta sexta-feira, dia 806/07/2001
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