Estado e prefeitura firmam parceria para coleta seletiva
Assinatura ocorreu durante formatura de cooperados do Projeto Pantanal
O secretário de Estado da Habitação e presidente da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), Lair Krähenbühl, assinou no último dia 19 de setembro, protocolo de intenções com o secretário Municipal de Serviços de São Paulo, Dimas Ramalho, para implantação de sistemas de coleta seletiva e de reciclagem de lixo em conjuntos habitacionais e áreas de intervenção da CDHU, na Capital. A assinatura ocorreu durante o encerramento do primeiro Curso de Formação da Cooperativa de Reciclagem Nova Esperança do Projeto Pantanal. Os trinta e dois participantes do curso receberam diplomas e uniformes das mãos dos secretários estadual e municipal, da diretora de Atendimento Habitacional da CDHU, Maria Tereza Soares Silveira, paraninfa da turma, e da presidente do Instituto GEA - Ética e Meio Ambiente, Ana Maria Domingues Luz.
Pela parceria firmada, a CDHU compromete-se a destinar áreas de sua propriedade para a instalação de cooperativas de reciclagem de lixo, enquanto a prefeitura se responsabiliza pela edificação das sedes de funcionamento e pela coleta de resíduos sólidos recicláveis no bairro. Esse material será entregue à cooperativa, que se encarregará da venda dos materiais para a indústria de reciclagem. "A Secretaria da Habitação vai disponibilizar o terreno, a prefeitura fará a construção de galpões e fornecerá contêineres, e a comunidade irá trabalhar e ganhar dinheiro. A parceria com outras esferas de governo, com a iniciativa privada e com a comunidade é fundamental", explicou Lair Krähenbühl.
Segundo o secretário Dimas Ramalho, a questão do lixo é muito importante para uma cidade como São Paulo, que coleta 15 mil toneladas por dia. "Precisamos encarar o lixo como alternativa real de geração de renda, inclusão social e preservação do meio ambiente, criando formas de tratar, reciclar e dar uma destinação melhor para os resíduos. Nossos filhos e netos vão nos agradecer por essa iniciativa", afirmou.
Cooperativa de Reciclagem Nova Esperança - O piloto dessa parceria está em fase de implantação no Projeto Pantanal, na zona Leste da cidade, uma área de 908 mil m2 onde vivem 8 mil famílias. Uma parte delas sobrevive do trabalho de coleta e comercialização de materiais recicláveis. A cooperativa funcionará em um galpão de triagem que está sendo construído pela CDHU. Para capacitar os moradores, durante quatro meses, foram ministradas aulas sobre meio ambiente, ética e cidadania, autogestão administrativa, cooperativismo e processos operacionais de cooperativas. O curso foi realizado em parceria com o Instituto GEA.
Durante a formatura desta turma houve a projeção de um vídeo retratando as melhorias trazidas pelo processo de intervenção pelo qual passou o Projeto Pantanal e a apresentação do Cordel da Urbanização, recitado por agentes comunitários. Joana D´Arc Conceição de Jesus, catadora há quatro anos, que até então trabalhava sozinha, empurrando seu carrinho de mão pelas ruas de Ermelindo Matarazzo, recebeu o seu diploma hoje e falou sobre as dificuldades que enfrentava. "Catando sozinha na rua a gente é muito maltratada. O trabalho em equipe é mais gratificante. Eu guardava o material no quintal da minha casa. Agora, a cooperativa vai oferecer um ambiente de trabalho melhor e mais recursos para eu sustentar minhas duas filhas", disse a formanda.
No evento, quatro organizações foram homenageadas pela sua colaboração com o projeto comunitário. receberam o título de Amigas da Habitação Sustentável, o Departamento de Desenvolvimento de Recicláveis da Saint-Gobain, as Lojas Marabraz, o Instituto GEA ? Ética e Meio Ambiente e o Condomínio do Conjunto Nacional, que também será um dos primeiros clientes da cooperativa. Segundo a gerente do condomínio, Vilma Peramezza, desde 2000 a decoração de natal do Conjunto Nacional é feita com materiais recicláveis. Neste ano, a Cooperativa Nova Esperança receberá treinamento da Cooperativa de Arte Alternativa e Coleta Seletiva (Cooperaacs) para fabricar "flocos de neve" que decorarão o edifício, empregando cerca de 160 mil garrafas PET.
A cooperativa de catadores integra uma série de ações desenvolvida pela Companhia no processo de urbanização da área. Além de contribuir para geração de renda, o objetivo do projeto é promover a conscientização ambiental da comunidade, recuperando as margens do rio Tietê, atualmente utilizadas como depósito de materiais, e reduzindo o volume de resíduos depositados em córregos e vias públicas. Paralelamente à organização da cooperativa, a CDHU promove campanhas e&
09/20/2007
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