Estado procura incentivar a formação de APLs para fortalecer as empresas



Iniciativa deve contemplar milhares de empreendimentos agrupados em 41 Arranjos Produtivos Locais estimados no Estado de SP

A grande concorrência dos produtos chineses é uma das principais dificuldades de um grupo de 160 empresas de calçados infantis da região de Birigüi. Entretanto, como estão organizadas no que se chama de Arranjo Produtivo Local (APL), poderão obter, a partir de agora, impulso para as suas atividades. Isso porque a Secretaria Estadual de Desenvolvimento e a Caixa Econômica Federal firmaram protocolo de intenções ampliando as linhas de crédito e demais produtos e serviços bancários para o segmento dos APLs, incluindo proprietários, sócios e empregados.

Denominam-se APLs as aglomerações de empresas com mesma especialização produtiva, localizadas num mesmo espaço geográfico e que mantêm vínculos de cooperação, interação e aprendizagem entre si, contando com o apoio de instituições – governo, associações empresariais, instituições de crédito, ensino e pesquisa.

Há no Estado de São Paulo 36 APLs constituídos e outros em fase de formatação. A estimativa é que a iniciativa contemple 41 deles. Os segmentos econômicos em que atuam são os mais variados: calçados (infantil, masculino e feminino), confecção (malhas, moda para bebê, bordados, moda íntima, moda praia, entre outros), móveis, cerâmica, equipamentos médico-odontológicos, bicho de pelúcia, eletroeletrônico na área de segurança, jóias de ouro e folheados, pisos e revestimentos, aeroespacial, álcool, alimentos (frutas), bebidas e café fino.

Inovação e competitividade – Até o momento, sete APLs assinaram o protocolo de intenções: Garça (eletroeletrônicos na área de segurança), Americana (setor têxtil), Piracicaba (álcool), Tabatinga (confecção de bichos de pelúcia e enxovais de bebê), Cerquilho (confecção infantil), Bom Retiro – capital (confecção) e Birigüi (calçados infantis).

Milton Lamanauskas, coordenador de Desenvolvimento Local, da Secretaria de Desenvolvimento, afirma que o protocolo de intenções se insere no programa do atual governo para alavancar os APLs. Segundo ele, para promover o desenvolvimento do Estado, é preciso atuar em outras frentes, além de promover formação profissional (por meio de cursos como os oferecidos pelo Centro Paula Souza) e fomentar a inovação e competitividade – proporcionada por instituições como o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). “Uma delas é a questão do crédito, muito limitado, pouco acessível, principalmente aos pequenos e médios empresários”.

O crédito é uma forma de estimular a formalidade das empresas, observa Lamanauskas. “Não adianta reclamar e usar de punição para as informais. É preciso gerar incentivos para que se formalizem”. Em algumas localidades do País, dois terços das empresas chegam a estar na informalidade. A Caixa, com o apoio do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, buscará mostrar que os custos que a empresa pensa economizar na informalidade, de repente se perdem em termos de oportunidades – como um crédito mais vantajoso, franqueado às empresas formalizadas ou regularizadas.Consultoria gratuita – O crédito estará disponível às empresas depois da assinatura (pelos APLs) de um termo de adesão ao protocolo de intenções. “A partir da adesão e no momento em que os APLs têm acesso às linhas de crédito, o protocolo deixa de ser ‘de intenções’, passando a ser convênio de cooperação, podendo ser readaptado à realidade do APL e seu nicho de mercado”, informa Rogério Roson, gerente regional de Negócios da Superintendência Regional Paulista da Caixa.

Feita a adesão, a instituição financeira fará um trabalho nas respectivas regiões com as empresas que forem captadoras de créditos (na linha de capitais de giro e para investimento). “Não é simplesmente emprestar o dinheiro e, em seguida, cobrar as parcelas. É preciso dar instrumentos de apoio ao empresário, para que faça bom proveito dele”. Isso será feito mediante cursos, workshops e da própria consultoria gratuita prestada por agentes da Caixa.

Nos workshops, por exemplo, a finalidade é levar o empresário (em especial o micro e pequeno) a identificar qual a sua real necessidade e o que pode fazer para melhorar custos. Isso porque ele executa funções na empresa e não tem possibilidade, muitas vezes, de visualizar por onde escoa seu dinheiro. Um dos workshops, denominado Plano de Negócios, além de orientação ao crédito aos empresários dos APLs, fornece treinamento com a finalidade de formar agentes de comércio exterior.

Da Agência Imprensa Oficial

(M.C.)



12/19/2007


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