Exposição: Mostra na Estação Pinacoteca reúne importantes trabalhos do Modernismo
No amplo panorama da produção artística, figuram obras de Portinari, Volpi, Di Cavalcanti, Tarsila do Amaral, Brecheret e Guignard
As obras dos chamados “mestres do Modernismo” do acervo da Fundação José e Paulina Nemirovsky estão na Estação Pinacoteca novamente. Nesta segunda exposição, há maior número de obras e as instalações ocupam quase 700 metros quadrados. As 121 peças (esculturas, pinturas e trabalhos sobre papel) representam seleção de obras consagradas do Modernismo brasileiro e desenhos e gravuras de mestres europeus, como Picasso, Chagall e Léger.
Intitulada Acervo da Fundação Nemirovsky: O Olhar do Colecionador, em cartaz até 2008, chama a atenção pela enorme diversidade artística. Com curadoria de Maria Alice Milliet, diretora-técnica da fundação, a idéia é criar múltiplas leituras, com didatismo, mas sem subordinação cronológica. “A mostra dá uma visão da história da arte brasileira do século 20. No acervo não há nada que não valha a pena ser visto”, afirma a curadora.
Várias épocas
Ao percorrer a mostra, o visitante terá contato com obras de importantes artistas, da arte colonial até os anos 80. Não por acaso, a peça que abre a exposição é o grande busto de um profeta, esculpido em madeira. Foi a primeira obra adquirida pelo médico e artista José Nemirovsky, em 1958. Ele pensava ser de Aleijadinho, mestre do barroco mineiro. Após análise da obra, descobriu-se que a madeira provinha da região da Bavária, na Alemanha, e dificilmente poderia ser de autoria do brasileiro. Isso não o desanimou e continuou a colecionar. A maior parte dos trabalhos foi adquirida nas décadas de 60 e 70.
Na seqüência, vem o panorama da produção dos modernistas brasileiros. Destacam-se obras de Emiliano Di Cavalcanti, Victor Brecheret, Tarsila do Amaral, Ismael Nery, Vicente do Rego Monteiro, Alberto da Veiga Guignard, Lasar Segall e Oswaldo Goeldi. Todos pioneiros dos anos 20 e 30, a chamada primeira fase do Modernismo brasileiro. De Tarsila, há o óleo sobre tela Distância, e de Nery, Figuras em Azul.
Representando o Modernismo maduro, Cândido Portinari, José Pancetti, AlfredoVolpi, Aldo Bonadei, Milton Dacosta e outros que atuaram nos anos 30 e 40. São de Volpi o maior número de obras: sete. Em seguida, as peças de José Antônio da Silva, da chamada arte popular. Dessa fase, Maria Alice destaca o quadro Família, de Portinari.
Nacional e estrangeiro
Da segunda metade do século 20 provêm exemplares das produções de Lygia Clark, Mira Schendel, Manabu Mabe, Tomie Ohtake, Artur Luiz Piza, Krajcberg, Rubens Gerchmann e Wesley Duke Lee. De Lygia, há uma de suas esculturas da série Os Bichos, intitulada Relógio de Sol. De Mabe, Tela Abstrata. O quadro mais recente da coleção é de Ana Horta (1983).
No centro da exposição há um núcleo dedicado ao período colonial, com exemplares da arte religiosa brasileira e latino-americana dos séculos 17 e 18. Tem, ainda, um conjunto de figuras artesanais de barro e pintores como Silva e Djanira. Há uma cabeça de santo-de-roca, de Goiás, e um retábulo (peça de altar) do Equador.
A antológica e eclética seleção de obras abre espaço também aos mestres europeus que revolucionaram a arte ocidental nas primeiras décadas do século 20. Entre eles, alguns desenhos e gravuras de Marc Chagall, Pablo Picasso, Georges Braque, Fernand Léger e Jacques Lipchitz. De Chagall, são quatro peças sobre Prometeu, e de Picasso, duas gravuras: O Pintor em seu Ateliê e Minotauro, Bebedor e Mulheres.
SERVIÇO
Acervo da Fundação Nemirovsky: O Olhar do Colecionador
Aberta de terça-feira a domingo, das 10 às 18 horas
Entrada: R$ 4 e 2 (meia). Grátis aos sábados
Estação Pinacoteca: Largo General Osório, 66
Próximo ao Metrô Luz – Tel. (11) 3337-3768
Claude
06/02/2006
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