Fornecedor de notas fiscais falsas é preso em reunião da CPI do Roubo de Cargas



A Comissão Mista Parlamentar de Inquérito que investiga o roubo de cargas no país deu voz de prisão, nesta quarta-feira (24), ao funcionário da Secretaria de Fazenda Pública do Distrito Federal, Sebastião Brum Filho. Ele é acusado por Cléverson Pereira da Cruz, ladrão de cargas que está colaborando com a CPI nos trabalhos de investigação, de fornecer notas fiscais falsas para facilitar o trânsito de cargas roubadas nas estradas.

Sebastião Brum Filho entrou em contradição várias vezes durante o depoimento e não soube explicar conversa entre ele e Cléverson, obtida através de escuta telefônica com autorização judicial. Na gravação, Cléverson pede a Sebastião uma nota fiscal para levar carga roubada de Minas Gerais até Goiás. Em outra conversa telefônica, Sebastião afirma que já havia conseguido a nota. Segundo Cléverson, cada nota era vendida por Sebastião pelo preço médio de R$ 3 mil.

A CPI ouviu também a advogada Imaculada Conceição Pereira Oliveira contratada por Cléverson para defendê-lo. De acordo com o ladrão de cargas, Imaculada apresentou-se como contratada pelo empresário e deputado distrital José Tatico, acusado de comprar cargas roubadas para o seu supermercado. Ainda segundo Cléverson, Imaculada afirmou que já tinha recebido R$ 15 mil de Tatico e que receberia outros R$ 15 mil de um intermediador conhecido como Raul. A comissão decidiu pedir a quebra de sigilo bancário de Imaculada.

Sáuvio Barbosa Vilar, preso que dividia a cela com Cléverson no Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar do Distrito Federal (Bope), revelou ter testemunhado Imaculada fazer tais afirmações. A advogada garantiu que sequer conhece pessoalmente o deputado Tatico. Sáuvio acrescentou que Imaculada havia afirmado ser amiga pessoal do comandante do Bope, tenente-coronel Antonio José de Oliveira Cerqueira, e teria dito que esse conhecimento poderia ser útil a Cléverson na prisão. A advogada negou ter feito tal afirmação e que tenha relações de amizade com o coronel. A CPI decidiu convocar Cerqueira para esclarecer a declaração de Sáuvio.

24/10/2001

Agência Senado


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