Fórum Mundial de Ciência irá discutir mudanças climáticas



As mudanças ambientais e seus impactos regionais são um dos desafios propostos à ciência no século 21. Nesse sentido, a vulnerabilidade dos países menos desenvolvidos em relação aos efeitos adversos do clima na vida de suas populações deve ser vista como uma das grandes preocupações mundiais. O tema permeia as discussões da comunidade científica brasileira e internacional e estará presente no Fórum Mundial de Ciência (FMC) 2013, que ocorre de 24 a 27 de novembro, no Rio de Janeiro.

A questão também fez parte dos encontros preparatórios ao FMC, realizados em 2012 e 2013 em sete capitais brasileiras. A síntese dos encontros será debatida de amanhã (21) até sexta-feira (22), também na capital fluminense, durante o Seminário Brasil – Ciência, Desenvolvimento e Sustentabilidade.

Para o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Carlos Nobre, os países em desenvolvimento são mais vulneráveis às mudanças climáticas por duas razões principais.

A primeira relaciona-se diretamente ao grau de desenvolvimento: sociedades com mais disponibilidade de recursos materiais, humanos e capital intelectual “aprenderam a viver” com extremos climáticos ao longo da história, estando mais habilitadas aos desafios futuros. “Por outro lado, as mudanças climáticas que estão ocorrendo, e vão ocorrer durante este século, penalizam países que já são marginais em relação ao clima”, avalia Nobre, que é climatologista e o primeiro brasileiro a integrar o Fórum Político de Alto Nível das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável.

Ele cita como exemplo países africanos, semiáridos, desérticos e os muito populosos, que já são afetados por extremos climáticos como tufões e ciclones, caso do Sudeste asiático. “Lugares onde o clima já é um fator impeditivo de desenvolvimento”, observa. “Países em desenvolvimento já são muito mais vulneráveis aos sistemas climáticos de hoje, e o serão no futuro se não desenvolverem uma capacidade em relação a extremos climáticos”.

Sustentabilidade, ciência e tecnologia

E se, por hipótese, as emissões de gases de efeito estufa (GEE), os principais causadores das mudanças climáticas, fossem interrompidas hoje? Para o secretário do MCTI, nos próximos 20 a 30 anos, as mudanças no clima e no meio ambiente continuariam a ocorrer sem nenhuma grande alteração. “Porque já são mudanças climáticas que respondem às emissões do passado”, explica.

Segundo ele, o sistema climático leva de duas a três décadas para começar a responder à emissão de GEE. “Como nós sabemos que é praticamente inevitável reduzirmos rapidamente as emissões, a humanidade terá que conviver com mudanças climáticas por muitas décadas, talvez alguns séculos”.

Por esta razão, tão importante quanto reduzir as emissões desses gases é a humanidade buscar conviver com as mudanças climáticas que já estão ocorrendo. “É aí que entram a ciência e as tecnologias apropriadas”.

Na avaliação do secretário, enquanto os países desenvolvidos estão “muito mais avançados” em encontrar soluções para adaptar a sociedade e seus sistemas produtivos e proteger o meio ambiente, as sociedades dos países em desenvolvimento “estão mais longe” desse caminho, pois não desenvolveram todo o conhecimento de como se adaptar às mudanças climáticas. “A ciência e a tecnologia têm um papel importantíssimo nessa fase de tornar a sociedade dos países em desenvolvimento mais resilientes às mudanças climáticas que já se tornaram inevitáveis”.

Fonte:
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação



20/11/2013 17:24


Artigos Relacionados


Fórum reúne especialistas em mudanças climáticas

Fórum discute mudanças climáticas no País

Fórum em Washington debate mudanças climáticas

Senadores participam de Fórum sobre Mudanças Climáticas

Alckmin participa de reunião do Fórum Paulista de Mudanças Climáticas

Alckmin abre I Seminário Nacional do Fórum de Mudanças Climáticas